Como prever o futuro

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Não é fácil descobrir o que acontecerá daqui a uma década. Uma pessoa com esse dom teria uma vantagem competitiva muito grande em relação ao resto do mundo. Seria muito fácil enriquecer, inclusive. Afinal, se você já sabe que tal produto fará sucesso, por que não inventá-lo antes de todo mundo?

Pode parecer fantasia, mas prever o futuro é uma habilidade essencial para o mundo de hoje. Principalmente para quem trabalha com tecnologia, mercado que está sempre lançando produtos novos e mudando constantemente.

Por isso, algumas empresas têm contratado uma classe de profissionais conhecidos como futuristas ou futurologistas. E, diferentemente do que muitos possam imaginar, essas pessoas não precisam de bola de cristal, turbantes ou incenso para traçar o futuro. Bastam a análise de dados do presente e muita criatividade para extrapolar as fronteiras do senso comum.

O futuro está aqui!

O Guia do Mochileiro das Galáxia foi uma antecipação dos leitores eletrônicos (Fonte da imagem: Wikipedia/Amazon)

A futurologia é a ciência que estuda o futuro, não no sentido de traçar o destino de algo ou alguém, mas na tentativa de tentar adivinhar o que pode acontecer dentro de um determinado período de tempo.

Muitos escritores de ficção científica fazem isso ao elaborar elementos para os seus livros. O famoso “Guia do Mochileiro das Galáxias”, imaginado por Douglas Adams, poderia muito bem ser encarado como uma previsão dos tablets, leitores de livros eletrônicos e até da Wikipedia. Para criá-lo, Adams usou, como base, um guia de viagem para a Europa que viu à venda em 1971.

Outra previsão muito famosa foi feita por Arthur C. Clarke, autor de “2001: Uma odisseia no espaço”. Clarke, que trabalhou como instrutor e técnico de radares para a Força Aérea britânica, propôs, em artigo publicado em 1945, a ideia de satélites geoestacionários, usados pela indústria da telecomunicação.

Sendo assim, não é à toa que alguns dos futuristas contratados pela Intel são escritores. É o caso, por exemplo, de Cory Doctorow que, participando do Tomorrow Project (Projeto Amanhã), tenta moldar o futuro ou descobrir como ele seria, na tentativa de inspirar ou criar novas metas para engenheiros do mundo todo.

Métodos de previsão

Antes de tudo, o futurista precisa ser uma pessoa bem antenada, por dentro das últimas novidades. Sendo assim, é fundamental ler bastante. Além disso, a futurologia usa técnicas de outras disciplinas, como Estatística, Matemática, História, Psicologia e outras. Portanto, ter um conhecimento amplo é muito desejável.

Também existem modelos e métodos próprios da futurologia. Um dos mais populares, conhecido como Método Delphi, consiste de um grupo de especialistas que são entrevistados, um a um, a respeito de um mesmo tema. Esses profissionais dão suas opiniões sobre a probabilidade e a significância de certos eventos relacionados ao problema que deve ser solucionado.

Depois, trechos anônimos das respostas são distribuídos entre os experts, para que eles possam desenvolver melhor suas ideias. Cabe aos futuristas, mais tarde, analisar todos os dados coletados e traçar suas previsões.

A análise de redes sociais também pode ser um método interessante de atuação. Essas redes podem funcionar como fonte de dados para diversos níveis, representando tanto núcleos pequenos, como a família de um usuário, quanto grupos enormes, como uma nação inteira. Por isso, os futuristas também mantêm seus olhos nos tópicos mais populares do momento.

Todo cuidado é pouco

Os profissionais da futurologia também evitam fazer previsões muito detalhadas. Em vez disso, eles preferem apostar suas palavras em generalidades, como o crescimento do uso de tal modelo de display ou a adoção da nanotecnologia em determinada área.

Essas pessoas também se preocupam com o impacto que suas palavras podem causar. Há, inclusive, quem argumente que o futurista não é capaz de prever, mas sim de moldar o futuro. Por isso, há muita discussão sobre ética na futurologia.

Para ter uma ideia mais aprofundada sobre o assunto, vale a pena uma boa “navegada” pelo site da World Future Studies Federation (Federação Mundial de Estudos do Futuro) e outras páginas especializadas.

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O Tecmundo também já se arriscou na área da futurologia. Em 2010, erramos e acertamos muitas previsões. O redator Wikerson Landim também publicou um artigo sobre as tecnologias que farão sucesso em 2030. E para 2015, há previsões da IBM capazes de animar qualquer um. Vale a pena ficar de olho e monitorar esses tópicos. Afinal, pode ser que muitos deles se tornem realidade.

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