Como fugir da “bolha” do Facebook

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A essa altura todo usuário de redes sociais, em especial do Facebook, já notou que assuntos, pessoas, postagens e ideias que costumam povoar sua timeline têm algo em comum. Isso não acontece à toa, há um algoritmo que ajusta a alimentação de conteúdo de acordo com as preferências, alinhamento e comportamento de cada um. Se por um lado isso facilita a leitura do que é relevante para você — até porque ninguém teria tempo ou interesse para acompanhar tudo o que milhares de amigos e páginas compartilham por ali —, por outro também cria as chamadas “bolhas” de realidade digital. E como fugir disso? A gente te dá umas dicas por aqui.

Para ilustrar melhor como essas esferas podem distorcer sua compreensão do mundo, basta avaliar as últimas eleições, as municipais no Brasil e as nacionais nos Estados Unidos. Muita gente ficou chocada com os resultados das urnas, tanto com a aprovação do João Dória Júnior, em São Paulo, quanto do polêmico bilionário Donald Trump. Afinal de contas, “não tinha ninguém que mostrava apoio a esses caras na minha timeline”.

E como construir uma linha do tempo mais abrangente e próxima da realidade? Quais são as alternativas para se buscar ideias divergentes e coerentes, que possam ampliar o debate e a reflexão? Veja só:

1. Ajuste seu feed no Facebook

Ainda que você não tenha total controle do que aparece na sua Linha do Tempo, há a possibilidade de ajustar melhor o que é exibido por ali. Para selecionar material relevante — e lembre-se que a ideia aqui é expandir horizontes e não procurar por mais do mesmo — é só clicar nas configurações de “Feed de Notícias”, do lado esquerdo, na rodinha. Aí é só você alterar a maneira como quer que o conteúdo seja mostrado.

Outra forma de evitar a bolha é mudar as especificações de anúncios. Basta ir no menu geral, na setinha do lado superior direito da página, e desativar os itens em que a rede social escolhe a publicidade baseada nos seus interesses.

2. Não deixe de seguir todas as pessoas que discordam de você

As diferenças são essenciais para que possamos criar um panorama mais abrangente da realidade, com mais pontos de vista para avaliar determinado assunto. Não é só porque você tem uma opinião bem fundamentada que ela seja a única correta e todos estejam errados. Manter gente que não concorda com o que você diz entre seus amigos pode trazer mais perguntas relevantes do que respostas banais.

3. Use apps com diversidade de publicações

Ter fontes de informação variadas pode contribuir para você ter uma dimensão maior do que diferentes pessoas, grupos e instituições pensam. O Google Play Banca, desde 2013, vem se tornando um meio confiável e diversificado para buscar notícias, curiosidades, artigos e outros tipos de conteúdo. Atualmente, mais de 100 milhões de pessoas utilizam o app.

O Flipboard vem se mostrando uma boa opção de revista personalizada, com material selecionado pelo usuário. Também conta com edições diárias cheias de matérias selecionadas por uma curadoria esperta, disponível para computadores de mesa e dispositivos móveis.

Já o Pinterest serve como uma avalanche de ideias relacionadas ao seu campo de interesse, sempre ilustradas com boas imagens. O grande diferencial da rede social é o fato dela funcionar bem como um arquivo, algo que o Facebook tem dificuldade de oferecer.

É bom lembrar que todas essas alternativas funcionam com “máquinas de aprendizado”, que coletam dados sobre seu comportamento. Em dado momento, é óbvio que elas também vão oferecer informações limitadas às suas preferências. Isso é cômodo e bem-vindo, contudo, não caia no mesmo looping do algoritmo de Mark Zuckerberg: avalie com carinho as sugestões desses apps, pode ser que um tema inicialmente irrelevante traga um ângulo diferente.

4. Fique atento com as opiniões fora das redes sociais

Muita gente acha que ambientes digitais como o Facebook, o Twitter, o Reddit ou qualquer outra aglomeração na web, refletem seu cotidiano com fidelidade. Isso é uma ilusão, afinal de contas, a maioria das pessoas seleciona o melhor de si para exibir por ali — muitas vezes de forma maquiada.

Então, ouvir o que as pessoas acham sobre vários assuntos em conversas ao vivo, em programas de TV, em filmes, em podcasts ou programas de rádio, enfim, em meios variados, complementam o recorte de realidade que costuma ser o Facebook.

5. Evite fontes duvidosas

Calma, ele não morreu, foi um boato produzido com uma montagem bem tosca

Sabe quem não lê e muito menos confirma a veracidade das informações que compartilha na rede social do Mark Zuckerberg? Não seja essa pessoa. Observe bem o endereço de onde vem o material: se a URL tiver uma variação discreta de uma página popular (como www.tecmundos.com.br ou www.techmundo.com.br), pode ficar com a pulga atrás da orelha.

Questione quando o texto abusar de adjetivos e não trouxer muitos fatos, pessoas ou instituições que possam comprovar o que está escrito. Antes de dividir isso com todo mundo, leia com mais atenção todo o conteúdo, em vez de ver somente a chamada da matéria,.

Todas essas sugestões, aliadas a sua vontade de ampliar o conhecimento e o debate e de alimentar uma conversa sadia — aceitando que cada um de nós é diferente e isso é legal —, podem ajudar a tornar a bolha do Facebook um lugar mais rico e representativo da vida. E quem sabe um dia não precisemos fugir de esfera alguma e possamos conviver em várias delas, sem deixar a realidade de lado.

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