Review: EVGA GeForce GTX 780 Ti Classified KingPin Edition [vídeo]

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A GeForce GTX 780 Ti KingPin fabricada pela EVGA é um modelo premium, desenvolvido com o que há de mais moderno em termos de componentes eletrônicos.

A placa foi feita para ultrapassar os limites de desempenho e, para isso, tem uma série de diferenças em relação ao projeto original da 780 Ti. Essas modificações têm como objetivo permitir overclocks incomparáveis.

Para garantir a qualidade, a placa foi desenvolvida em parceria com overclockers profissionais que emprestaram o seu talento e até mesmo o nome para batizar a placa. O nome K|NGP|N vem do overclocker profissional Vince “K|NGP|N” Lucido, que ajudou no desenvolvimento do equipamento ao lado do também profissional Illya “TiN” Tsemenko.

O campeão brasileiro de overclocks Ronaldo Buassali também já comentou sobre o modelo, chamado por ele de A “Besta” das placas de vídeo. Você pode conferir a matéria clicando aqui.

Especificações

Caixa

A EVGA sempre inclui um número razoável de itens na caixa que carrega os seus produtos, e com a KingPin não poderia ser diferente. A embalagem parece uma caixa comum por fora, mas dentro já é possível perceber a diferença em relação a modelos mais baratos.

A placa de vídeo fica acomodada em uma segunda caixa, toda em espuma antiestática — incluindo a tampa, que traz a marca EVGA em letras grandes. O número de itens e acessórios que acompanha a placa também é grande: são dois adaptadores para cabos de força com oito pinos cada e um de seis. Natural, já que esse é o número de conexões exigidas por ela para funcionar.

Junto com os cabos também encontramos um adaptador DVI para VGA e um adaptador exclusivo EVGA, desenvolvido para que seja possível conectar a KingPin em um acessório externo de monitoramento.

Além disso, também encontramos um pôster, um adesivo, um sticker para gabinete, guia de referência rápida, manual de instalação e disco com os drivers e aplicativos EVGA. A empresa também incluiu um filme não condutivo para quem quiser instalar um cooler diferente do padrão na placa. O objetivo disso é evitar possíveis curtos-circuitos no equipamento.

Design, alimentação e sistema de refrigeração

O visual dessa placa lembra bastante o da 780 Ti Classified que testamos há algum tempo. Assim como ela, a KingPin é grande, bem mais alta que as placas de vídeo tradicionais. E o design semelhante não é à toa: a KingPin é uma versão “turbinada” da  Classified normal. A principal diferença entre elas é a parte superior, que é semitransparente nesse modelo.

O tamanho todo também não é exagero, sendo praticamente um requisito para que ela possa acomodar todos os componentes necessários. O sistema de refrigeração ACX é composto por dois ventiladores que cobrem quase 100% da superfície da placa. Esse sistema tem duas fases: o primeiro cooler trabalha diretamente sobre a GPU, removendo a maior parte do calor.

O segundo complementa o primeiro, eliminando o calor restante do dissipador, que também é dividido em duas partes: a superior segue o modelo tradicional com aletas metálicas e heatpipes.

O segundo dissipador incluído na KingPin são duas placas metálicas (em vermelho) que ajudam a remover o calor dos chips de memória e da VRM da placa.

Isso significa que você pode remover o cooler stock e optar por um sistema de refrigeração líquida sem se preocupar com a dissipação de calor das memórias, por exemplo. A EVGA fez essa escolha porque muitos blocos de watercooler disponíveis no mercado possuem um tamanho padronizado e nem sempre podem resfriar os chips de memória com eficiência.

O VRM da KingPin possui 14 fases de alimentação para o processador gráfico e 3 para as memórias. Isso é mais que o dobro de fases encontradas na placa de referência, por exemplo, onde existem apenas 6 fases para a GPU e 2 para a memória.

O objetivo desses componentes é garantir mais energia para a GPU e para as memórias sem que seja preciso adicionar elementos extras na placa. E o aumento de energia é extremamente importante para a realização de overclocks de alto padrão.

As conexões são bem tradicionais: duas portas DVI, uma HDMI e uma DisplayPort. O que chama atenção mesmo são os três conectores de força da placa, sendo dois de oito e um de seis pinos. A KingPin também oferece conectores próprios para monitoramento de energia e modificações através do EVBot, um aparelho criado pela própria EVGA para esse propósito.

Atrás da KingPin, é possível encontrar diversos switches com funções específicas. A dupla que fica próxima da parte de trás da placa serve para que a GPU possa receber mais energia. Cada uma das chaves pode liberar 25 mV a mais.

Já os dois switches posicionados no topo da placa têm como objetivo desativar a proteção energética da GPU e das memórias. Isso pode permitir overclocks muito mais ousados, mas também danificar a placa caso você não saiba o que está fazendo.

O equipamento também conta com duas BIOS diferentes instaladas que podem ser alternadas conforme o uso. A primeira é tradicional, já a segunda é feita especialmente para rodar com um sistema de refrigeração à base de nitrogênio líquido. Para alternar entre elas, basta mudar a chave seletora localizada na parte superior da placa e olhar um LED localizado na parte traseira, que sinaliza a mudança.

GeForce GTX 780 Ti

A KingPin é uma placa cheia de recursos, mas o chipset incluído nela é o Kepler GK110, o mesmo da GTX780 e das placas Titan. Em termos de recursos, o chip é exatamente o mesmo de qualquer GTX 780 Ti encontrada no mercado, o que significa 2.880 núcleos CUDA divididos em 15 unidades SMX, cada uma responsável por gerenciar 192 processadores de fluxo (stream processors).

A diferença principal entre esse e outros modelos é o clock base, que aqui roda a 1.072 MHz mas pode chegar a 1.137 MHz em modo boost. É um aumento e tanto se compararmos com o modelo de referência que roda a 876 MHz e 928 MHz em modo normal e boost, respectivamente.

A Memória GDDR5 roda com a mesma frequência dos outros modelos: 7 GHz. Isso com uma banda de 384 bits, o que resulta, efetivamente, em uma taxa de transferência de 336 GB por segundo.

Recursos NVIDIA

Todas as placas da NVIDIA possuem uma grande variedade de recursos para garantir não só altas taxas de quadros por segundo, mas também fluência nas animações e qualidade de imagem.

Entre essas ferramentas está o GPU Boost 2.0, que funciona como um overclock dinâmico para a placa. O que essa ferramenta faz é monitorar o funcionamento do hardware, incluindo tensões, temperatura, clock, entre outras informações; tudo para regular o funcionamento do processador gráfico de acordo com a demanda. Se os gráficos são exigentes, o clock aumenta. Se são simples, ele pode ser diminuído para que menos energia seja consumida e menos calor seja gerado.

A NVIDIA também trabalha com o PhysX, um sistema que realiza os cálculos de física para trazer aos jogos efeitos mais realistas. Roupas, partículas e iluminação podem ficar muito mais detalhadas com o PhysX ativado.

As placas da companhia também são compatíveis com dois novos métodos de anti-aliasing, o FXAA e o TXAA. Este último é um tipo novo de sistema de antisserrilhamento que combina dois filtros independentes: o MSAA e um filtro temporal. Tudo isso junto garante imagens com ótima qualidade dentro dos jogos.

O “Adaptive V-Sync” é um método mais inteligente de sincronização vertical da imagem. O v-sync tradicional tem vantagens e desvantagens: quando ativado, temos imagens com mais qualidade, já que os quadros são sincronizados entre o monitor e a placa de vídeo. Contudo, isso pode causar lentidão em algumas partes do jogo. Para evitar isso, basta desligar o v-sync e ganhar mais velocidade, mas ter novamente os problemas gráficos.

Como ativar e desativar tudo manualmente dá muito trabalho e o jogo sofre alterações de velocidade constantemente devido à qualidade das cenas renderizadas, a NVIDIA desenvolveu o Adaptive V-Sync, que faz isso de forma automática. Quando a máquina está com folga, o recurso é ativado. Quando ela está precisando de mais fôlego, ele é desativado. Tudo em tempo real enquanto você joga.

Essa placa também é compatível com o G-Sync, um método de sincronização vertical diferenciado desenvolvido pela NVIDIA. A diferença é que essa ferramenta pode controlar a taxa de atualização do monitor, que precisa ser compatível. Isso garante imagens com uma fluência incrível, mesmo que a taxa de quadros por segundo oscile durante as partidas.

Aplicativos de gerenciamento EVGA

Quem adquire as placas de vídeo da EVGA pode utilizar alguns aplicativos desenvolvidos pela empresa para garantir sempre o máximo de desempenho com o seu equipamento. Entre eles está o OC Scanner, que traz uma série de testes para que você possa manter o seu computador sempre funcionando corretamente.

Com o OC Scanner, é possível realizar benchmark da placa de vídeo e acompanhar a temperatura e as velocidades dos clocks da GPU e da memória do componente. Outra função é a busca de “artefatos” nas imagens; eles indicam quando uma placa de vídeo pode estar com problemas.

O OC Scanner trabalha em conjunto com o Precision X. Através dele é possível controlar minuciosamente as funções da sua placa de vídeo, incluindo clock da GPU, clock da memória e a velocidade do cooler. Se você quiser, poderá até mesmo ajustar as voltagens da GPU com precisão.

O Precision X permite que você altere a configuração do GPU Boost 2.0, oferecendo uma interface simples e descomplicada até mesmo para que não possui muita experiência com overclock.

Testes de desempenho

Para testar o desempenho da placa, é preciso submetê-la a diversos testes práticos, além, é claro, de colocá-la frente a outros modelos disponíveis no mercado. Nós dividimos os testes em três categorias diferentes: jogos, benchmarks sintéticos e poder computacional da placa.

Máquina de testes

  • CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.800 MHz;
  • Placa-mãe: EVGA X79 SLI;
  • Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2133;
  • SSD: 256 GB Samsung 840 PRO Series;
  • HD: 3 TB Seagate ST3000M001.

Jogos

Batman: Arkham Origins

Batman: Arkham Origins utiliza uma versão modificada da Unreal Engine 3 e DirectX 11 aliados a diversos efeitos especiais para garantir o visual. O game também aproveita o PhysX da NVIDIA para trazer recursos de física mais realistas.

Battlefield 4

Battlefield 4 utiliza a nova engine Frostbite 3 para trazer efeitos especiais e ambientes maiores e mais detalhados, incluindo muitas partículas, texturas de alta resolução e tessellation. Tudo isso através do DirectX 11.

BioShock Infinite

O terceiro BioShock utiliza uma versão altamente modificada da Unreal Engine 3 e foi refeito completamente do zero para garantir uma ótima experiência visual. O mundo do jogo é grande e repleto de efeitos visuais.

Crysis 3

O motor de Crysis 3 é o CryEngine 3, que desta vez apresenta uma série de novos recursos gráficos, incluindo fumaça e luz volumétricas e vegetação e tecidos dinâmicos, além de texturas em altíssima resolução. Para que tudo isso seja possível, o game roda exclusivamente com o DirectX 11.

GRID 2

GRID 2 utiliza a engine EGO 3.0, desenvolvida pela Codemasters e presente em diversos games de corrida da desenvolvedora. O jogo apresenta efeitos visuais impressionantes, incluindo batidas, efeitos de fumaça, luz e sombras.

Metro: Last Light

Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é compatível com o PhysX, da NVIDIA.

Total War: Rome 2

Total War: Rome 2 é um game de estratégia que coloca centenas de personagens simultaneamente no mesmo campo de batalha: cenários enormes e repletos de detalhes, como rios, pedras e vegetação, precisam de uma máquina potente para serem renderizados com perfeição.

Tomb Raider

O reboot da série chegou com diversas novidades em relação aos games anteriores da série. O mundo aberto possui muitos lugares para serem explorados, e o título trabalha com texturas em alta definição e o recurso TressFX, que garante à protagonista do jogo cabelos incrivelmente detalhados.

Sintéticos

3DMark

O 3D Mark é, talvez, o mais conhecido software de benchmark do mercado. No mundo todo, pessoas utilizam esse software para medir o desempenho de suas máquinas. A versão que utilizamos é dividida em três categorias, e cada uma delas apresenta um nível de complexidade diferente.

Valley Benchmark

O Valley Benchmark utiliza a Unigine para testar os limites do hardware. O software mostra uma região montanhosa com uma enorme quantidade de árvores e plantas de variadas espécies em um terreno de 64 milhões de metros quadrados. O Valley também exibe efeitos de luz e variações climáticas, colocando o poder das placas de vídeo à prova.

Heaven Benchmark

O Heaven Benchmark foi desenvolvido para explorar todos os recursos das placas de vídeo, testando os limites do hardware em situações específicas. O teste é baseado no motor gráfico Unigine e utiliza o que há de mais moderno em sistema de iluminação, física e Tessellation para determinar o poder da placa de vídeo.

Computacional

Civilization 5

Civilization 5 oferece uma ferramenta de benchmarks que utiliza o DirectCompute para calcular a taxa de descompressão das texturas do jogo. Quanto mais quadros por segundo o teste apresentar, melhor é a GPU.

Folding @ Home

O FAHBench é um benchmark que simula os cálculos do Folding @ Home, a iniciativa de pesquisa em conjunto via internet que tem o objetivo de auxiliar na descoberta de cura para doenças como Alzheimer e Parkinson. O aplicativo utiliza o OpenCL para calcular os dados.

Luxmark 2.0

O Luxmark pertence à suíte gráfica LuxRender. O que esse teste faz é simular uma série de efeitos de Ray tracing através da linguagem OpenCL.

Temperatura

A temperatura da placa manteve-se relativamente estável, apresentando picos de pouco mais de 80 ºC em momentos de uso intenso. Essa temperatura é normal para esse tipo de chip. Um detalhe importante é que essa placa trabalha com um overclock bem acima daquele especificado nas placas de referência, mostrando que a arquitetura de refrigeração da EVGA é suficiente para essa placa. Contudo, a realização de overclocks deve exigir um sistema de arrefecimento um pouco mais robusto.

Vale a pena?

Ao escolher uma placa de vídeo, é preciso pensar em dois fatores: o objetivo principal dela e o investimento disponível. A KingPin é uma placa incrível e com recursos impressionantes, mas que custa caro para o usuário comum. A média de preço para ela no mercado nacional é de cerca de R$ 3.500.

O que discutimos não é a qualidade dessa placa de vídeo, mas sim se vale a pena investir o seu dinheiro nela. O modelo é, sem dúvidas, a versão definitiva da GeForce GTX 780 Ti. Contudo, é preciso lembrar que essa placa é destinada ao uso extremo e overclocks, fazendo com que qualquer coisa que fuja disso seja um desperdício tanto de dinheiro quanto do potencial da placa.

Ou seja, se você busca uma placa de vídeo para modificar e bater recordes, encomende uma KingPin. Caso você queira somente uma placa de vídeo para jogar com todos os detalhes no máximo, talvez seja suficiente ficar com modelos mais em conta, como a 780 Ti tradicional, que pode custar bem menos que a KingPin, mas que nos jogos deve apresentar um resultado semelhante.

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