Como perder o emprego com a ajuda das redes sociais [ilustração]

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É no happy hour que muitos encontram refúgio para relaxar depois de um dia de trabalho estressante, bebendo e conversando trivialidades com os amigos — como os desabafos sobre o chefe e outros colegas que, por algum motivo bastante específico, estão tirando você do sério.

Tal quadro ainda é bastante comum nos botecos. Mas algo vem mudando a forma de desabafar as dificuldades do cotidiano — a internet. Muitos encontram abrigo para expressar as angústias nos murais das redes sociais. O problema, no entanto, é quando seu chefe tem acesso a isso — e acredite: por mais que você o ache um “tapado”, ele também pode saber mexer no computador e ver os seus comentários facilmente (o Google manda lembranças).

Baseado nesses fatos, o Tecmundo listou seis boas dicas de como não utilizar as redes sociais para perder o emprego. Todas possuem como “inspiração” pessoas que ganharam a atenção que queriam na internet — mas de uma forma que poucos gostariam de compartilhar. Confira:

1 – “Eu na UTI! Curte aí!”

É fato: se você quer perder o emprego por uma “fofoca virtual”, aposte em uma rede social. Trata-se do caminho mais “seguro” para você ser pego no pulo, já que nela você expõe fotos e várias informações pessoais — pois quanto mais novidades de como sua vida está, seja no trabalho ou na vida amorosa, melhor.

E é justamente por isso que em qualquer rede social é preciso ter cuidado em dobro (ou, em outras palavras, “ter noção”). A dica neste caso é: evite postar fotos que você tirou no seu local de trabalho que (por mais legais e propensas a receber várias “curtidas”) entram claramente na categoria de “comprometedoras”.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Exemplo recente está no caso da enfermeira de Pernambuco, que tirou fotos na UTI do hospital em que ela trabalhava com diversas poses e colocou-as em uma rede social.

O resultado? Uma demissão por justa causa — pois, segundo o hospital, as fotos revelam a equipe da UTI em um “ambiente de brincadeiras nitidamente inadequadas”. Em sua defesa, a enfermeira disse que eram apenas fotos para mostrar para os amigos...

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2 – Quando a bebedeira é compartilhada

Por mais que a festa tenha sido boa e você queira dividir tal momento, nunca é bom publicar fotos em que se está com bebida — especialmente se uma “cara de bêbado” fizer parte do pacote.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
O quadro se complica ainda mais se a pessoa tiver o chefe adicionado na rede social. Prova disso está em um caso que aconteceu nos EUA, em que uma professora foi forçada a sair de uma escola depois do diretor ter questionado sobre sua página do Facebook, que incluía fotos com vinho e cerveja, além de um palavrão — coisas que normalmente não são vistas como muito educativas.

3 – 140 caracteres: use-os com sabedoria

Pelo grande número de adeptos, ninguém tem dúvida que o Twitter conquistou o coração dos internautas. O problema, no entanto, é quando as pessoas exageram no nível de “sinceridade” postada no microblog — que, em casos mais graves (além da demissão), pode levar a problemas com a Justiça.

E a estudante de Direito Mayara Petruso sabe muito bem disso. Ela ficou bastante “famosa” por postar críticas a nordestinos depois da vitória de Dilma Rousseff. O caso fez com que ela fosse demitida do trabalho em que estava, além de acarretar seu abandono da faculdade e uma condenação pela Justiça.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Primeiramente, Mayara foi condenada a um ano e cinco meses de prisão por crime de racismo, mas a pena foi convertida em prestação de serviços comunitários e multa de 500 reais justamente por conta da repercussão do caso.

A conclusão que tiramos de tudo isso? Não extrapole em seus 140 caracteres. Suas opiniões devem ser utilizadas com bom senso (e, principalmente, sem preconceitos).

4 – Facebook, o dedo-duro

No Facebook, a dica continua a mesma: evite expor muito seus pensamentos sobre seu trabalho. Mas se você é daqueles que ainda acham que reclamar na internet é um meio mais fácil de ser “ouvido” e de ter suas visões partilhadas, é bom conhecer a história de uma mulher que utilizou seu perfil para fazer um desabafo — chamando seu chefe de pervertido e dizendo o quanto odiava seu emprego.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
A resposta, no entanto, veio logo em seguida: o superior respondeu o comentário, questionando como ela ainda não havia percebido que ele era gay.

Por fim, ele pediu para que ela nem se incomodasse em aparecer no dia seguinte. Nesse caso — no melhor estilo promocional “leve dois pelo preço de um” —, o Facebook foi o “delator” e o canal utilizado para a demissão.

5 – Conte vantagem e perca o emprego

Agora, se você quer inovar e perder o emprego antes mesmo de ser contratado efetivamente, basta aprender com a americana Connor Riley. Depois de uma entrevista na Cisco Systems, ela confessou em um tweet que a empresa havia acabado de lhe oferecer um emprego, completando que “agora eu tenho de pesar a utilidade de um cheque gordinho contra a viagem diária até São José e odiar o trabalho”.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Como o tweet era público, um funcionário da Cisco o viu e respondeu para Connor: “Quem foi o gerente de contratação? Eu tenho certeza que ele adoraria saber que você vai odiar o trabalho. Nós aqui na Cisco sabemos mexer bem na internet”.

6 – Lembre-se: seus colegas também possuem Twitter ou Facebook

Mesmo que você possua vários amigos para compartilhar desafetos em comum, sempre é bom lembrar que nem todas as pessoas ao seu redor podem entender alguma “brincadeira” que você postou na internet — especialmente se os comentários forem sobre seus colegas de trabalho ou a respeito dos clientes.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Sete funcionários da Boy Farm, uma cadeia de lojas de supermercado canadense, sentiram na pele as consequências deste tipo de “fofoca virtual”. Eles criaram um grupo no Facebook para zombar de clientes e de outros colegas da empresa — que, obviamente, não hesitaram em entregá-los às “autoridades”.

O final não é nada surpreendente, já que foi o mesmo dos exemplos anteriores — uma saída “rápida e furtiva” do local de trabalho. Moral da história: por mais atrativa que a internet possa ser para divulgar suas opiniões e desabafos, lembre-se de que ela deve ser “seguidora” da palavra “parcimônia”.

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E depois de tantos exemplos de como as redes sociais podem ajudá-lo a perder o emprego, a melhor dica que ainda lhe damos é: vá para um bar “filosofar” com os amigos. Eles podem não compartilhar ou curtir seus desabafos na mesma quantidade que aconteceria no seu perfil, mas, com certeza, os riscos de seus comentários caírem em “mãos erradas” são bem menores.

Fonte: G1, Huffington Post, Mashable e Folha.com

Ilustrações: André Tachibana e Aline Sentone

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