Epson passa a vender seus óculos de realidade aumentada no Brasil

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Imagem: Epson

A Epson acaba de se consagrar como a primeira companhia a trazer óculos inteligentes para o mercado brasileiro. Através de um evento organizado hoje (1º) dentro da 29ª edição do CasaCor, a companhia anunciou que está trazendo ao Brasil o Moverio BT-200, aparelho de realidade aumentada que já está disponível no exterior desde o ano passado.

Mas não pense que estamos falando de um concorrente para o Google Glass ou algo parecido. A grosso modo, os óculos são praticamente um smartphone Android cujo display foi acoplado ao par de lentes. O gadget é ligado por um cabo a uma central de controle que se parece muito com um telefone celular – é por ele que você controla os aplicativos e faz ajustes de luminosidade.

Infelizmente, por mais que o BT-200 tenha diversas opções de customização (é possível, por exemplo, acoplar lentes de grau ao aparelho), o produto não será vendido no varejo, visto que se trata de uma solução voltada ao mercado corporativo. Um dos principais “alvos” da Epson é o segmento de cinema, e, durante uma breve sessão de demonstrações, pudemos entender rapidamente o motivo.

Focando em acessibilidade

Para testar os óculos BT-200, a Epson permitiu que os jornalistas convidados assistem ao curta-metragem “A Valsa do Pódio”, que narra a história da medalhista paraolímpica Terezinha Guilhermina. Através do aplicativo MovieReading, da IGUALE, foi possível conferir legendas em português e em Libras em tempo real através do dispositivo de realidade aumentada.

Aproveitando a recente normativa publicada pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) que trata sobre acessibilidade, a Epson e a IGUALE acreditam que o BT-200 pode ser utilizado pelas cadeias de cinema como uma forma mais prática e confortável de atender aos deficientes auditivos de todo o Brasil (que, hoje, precisam usar um tablet ou smartphone para acompanhar o MovieReading).

Por dentro da carcaça

Os óculos inteligentes da Epson conseguem proporcionar a ilusão de uma tela virtual de até 80 polegadas, de acordo com a distância em que o usuário está focalizando sua visão. O produto possui ainda uma série de sensores embutidos – GPS, acelerômetro, giroscópio e microfone – e uma câmera que identifica, por exemplo, códigos QR e outras imagens que invocam um objeto virtual no mundo real.

A central de controle nada mais é do que um celular Android sem tela, equipado com a versão 4.0.4 do sistema operacional (ainda não há previsão para atualização). A bateria dura cerca de seis horas e a memória interna do aparelho é de 8 GB, sendo possível expandi-la com um cartão micro SD de até 32 GB. O processador é um dual core de 1,2 GHz, que faz par com 1 GB de memória RAM.

Visto que o BT-200 não possui fones de ouvido integrados, é necessário usar o seu próprio para usufruir de áudio enquanto utiliza o software – mais um fio que deve ser conectado na central de controle e se estende até sua cabeça. A esta altura do campeonato, você já deve ter percebido que o gadget não apropriado para uso na rua, visto que os cabos podem acabar incomodando.

Não está um pouco atrasado?

De acordo com Jeferson Pinto, gerente de produtos da Epson Brasil, a companhia já está fazendo seus primeiros acordos com empresas parceiras para implementar o BT-200 no mercado. Vale observar, porém, que a marca já apresentou uma versão mais recente de seus óculos inteligentes para o mercado estrangeiro – trata-se do BT-2000, também voltado ao mercado corporativo.

Por mais que o BT-200 rode, por enquanto, apenas aplicativos desenvolvidos exclusivamente para o equipamento (não sendo possível, acessar a Google Play e baixar um programa qualquer para usar com os óculos), resta saber se o hardware e software levemente defasados não será um empecilho para eventuais desenvolvedores brasileiros interessados em criar conteúdo para a plataforma.

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