SNBU: novas tecnologias que levam os livros para o mundo digital

4 min de leitura
Imagem de: SNBU: novas tecnologias que levam os livros para o mundo digital

Imagine poder colocar um relógio no pulso que consiga monitorar o seu sono, níveis de gordura no corpo e os batimentos cardíacos. Ou ainda, pense em como seria ter um aplicativo capaz de detectar tentativas de plágio e que consegue reunir em uma única base de dados cerca de 122 milhões de periódicos em 11 línguas. Essas e outras novidades foram apresentadas no SNBU.

O Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, de nome aparentemente nada tecnológico, demonstra que o Brasil tem muito para conhecer e se surpreender. Exemplo disso são as novidades apresentadas no 17ª edição do evento, que aconteceu em Gramado (RS) entre os dias 16 a 21 de setembro.

Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (Fonte da imagem: Cleiton Thiele)

Pois é, as bibliotecas digitais ganharam notoriedade e contemplam diversos nichos de mercado ao fomentar e incentivar, por meio de novas tecnologias e acervos online, a pesquisa científica no país. Conheça agora algumas novidades que fazem a biblioteca universitária se encaixar em um novo nicho de mercado, cada vez mais integrado e digital.

Explorando o mercado de educação digital

Turnitin e iThenthicate

Com o conceito “integridade acadêmica”, o Turnitin possui mais de 22 milhões de documentos arquivados, 90 mil periódicos acadêmicos e livros, além de mais de 20 milhões de páginas da web rastreadas em 126 países. “É ótimo que um software possa produzir um relatório de originalidade. Em um mundo ‘Ctrl C + Ctrl V’ isso é bastante útil”, comenta Loriza de Almeida, da UNESP.

(Fonte da imagem: Divulgação/Turnitin)

Aos espertinhos da geração Google, o software veio para melhorar e dinamizar o ensino acadêmico no Brasil, já que os alunos são integrados no sistema do professor, produzem teses, TCCs e textos com mais responsabilidade.

Já o iThenthicate é um serviço de detecção de plágio focado no mercado corporativo, indicado para editoras e agências de notícias. “Trata-se de um programa imprescindível para proteção da propriedade intelectual”, conta Lícia Britto, gerente geral da Systems Link International no Brasil.

ActiGraphic

O evento ainda contou com a exposição do dispositivo chamado ActiGraphic, projetado em 1988 para fins militares com o objetivo de medir os níveis de atividade das tropas no campo. Atualmente, o software é utilizado em mais de 65 países na área da ciência e pesquisa, auxiliando grandes estudos sobre o índice de obesidade e diabetes e monitoramento do sono do mundo todo, além de ensaios clínicos de drogas e utilização na área da medicina esportiva e da ciência veterinária.

(Fonte da imagem: Divulgação/ActiGraphic)

Jeff Arnett, o presidente da empresa, revelou uma das novidades que envolvem o dispositivo parecido com um relógio de pulso: a fabricante pretende viabilizar a tecnologia para o usuário final no Brasil, mas ainda não há previsão exata da chegada. Enquanto isso, os apaixonados por saúde e tecnologia podem sonhar com um aparelho que pode fornecer todas as informações sobre gasto de calorias, acelerometria, andamento do sono, entre outras funcionalidades do dispositivo.

Unbound Medicine

Em um mundo que começa a conviver com robôs que realizam cirurgias, o Brasil ganha mais um aliado no fomento da área médica. Cerca de 86% dos brasileiros utilizam a internet para se orientar em relação à saúde, segundo pesquisa da Bupa Health Pulse.

Novidade será lançada neste ano no Brasil (Fonte da imagem: Divulgação/Unbound Medicine)

O Unbound Medicine, aplicativo que disponibiliza para qualquer sistema operacional conteúdo mobile sobre doenças, medicamentos e tratamentos, foi desenvolvido para atender um vasto mercado que abrange médicos, enfermeiros e estudantes que precisam esclarecer dúvidas corriqueiras da profissão. O aplicativo é acessível a qualquer dispositivo. Ao ser questionado, o diretor de gestão da UBD International, Gregory Cordano, disse que pretende trazer a solução para o Brasil ainda neste ano.

SciFinder

O SNBU exibiu uma ferramenta capaz de trazer aos alunos pesquisadores o acesso ilimitado à maior coleção do mundo da Química e da Ciência. Trata-se do SciFinder, que dispõe de uma base de dados do CAS de mais de 60 milhões de substâncias orgânicas e inorgânicas, mais de 46 milhões de reações simples e 840 mil artigos de revistas científicas, entre outras atribuições do portal.

Peter F. Blasi explicando a ferramenta no SNBU. (Fonte da imagem: Cleiton Thiele)

O banco de dados foi desenvolvido pela própria CAS para atender e facilitar a vida dos alunos pesquisadores que precisam encontrar o registro de uma molécula e sua estrutura, acessar informações sobre substâncias químicas ou explorar a literatura científica. A ferramenta é atualizada diariamente.

Belo Horizonte sediará próximo SNBU

A CAPES indica que o Brasil passou da 26ª posição no ranking mundial de desenvolvimento da pesquisa científica para a 13ª. A globalização e a necessidade de ter acesso a conteúdos científicos por um público cada vez mais mobile tornaram o setor acessível e aberto às redes.

O Professor Guimarães ressaltou em seu discurso que, em um primeiro momento, a comunidade científica estava receosa com um projeto desse porte, que contemplava o acesso à informação pela internet. Mas, assim como o Professor Abílio (ex-presidente da CAPES) enxergou um mundo de possibilidades nas redes, o atual presidente deu continuação ao trabalho desenvolvido ao Portal da CAPES.

(Fonte da imagem: Cleiton Thiele)

“Os esforços da CAPES para a implantação do projeto tinham como inspiração o pressuposto de que o acesso à informação científica e tecnológica é condição sine qua non para o avanço do conhecimento e para o crescimento da produção científica e tecnológica nacional, agregando valor ao desenvolvimento do país”, destaca Guimarães.

O próximo Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias será realizado em Belo Horizonte, em 2014.

Artigo produzido por Ana Paula Guedes

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.