Phantom 3: testamos o drone 4K irado da DJI

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Recentemente, fizemos um review do Hubsan X4, um drone de baixo custo voltado aos iniciantes no hobby. O modelo prova que um quadricóptero não precisa custar rios de dinheiro para ser bom, conforme você pôde conferir na conclusão da análise. Naturalmente, porém, o pequenino VANT não foi projetado para uso profissional e não agrada a quem deseja gravar vídeos em alta definição.

Para fazer um paralelo com o X4, resolvemos experimentar um dos drones mais respeitados dentro do segmento top de linha. Estamos falando do Phantom 3, fabricado pela DJI (que, assim como a Hubsan, também é chinesa) e que é comercializado no Brasil por ao menos R$ 7 mil. Trata-se da terceira edição da série Phantom, que praticamente inaugurou o cenário de quadricópteros profissionais e se popularizou sobretudo na sua segunda edição.

Para a realização deste teste, contamos com a ajuda do pessoal da Drone Brasil, uma loja localizada em São Paulo especializada em comercializar esse tipo de eletrônico. Voamos com o Phantom 3 ao lado do Felipe (técnico) e do Fernando (diretor da loja), que nos acompanharam durante todas as etapas da experimentação – desde a montagem do veículo até o momento da decolagem.

Abrindo a caixa

O Phantom 3 chega ao consumidor com uma embalagem caprichada: uma caixa de papelão reforçada com várias camadas rígidas do mesmo material, garantindo que nem o drone nem suas peças sejam avariadas durante o transporte. Além do manual do drone em si, o pacote acompanha um radiocontrole, um jogo extra de hélices, uma bateria, um carregador, um manual e uma ferramenta para manutenções básicas.

Em comparação com os modelos anteriores da série, o Phantom 3 não apresenta grandes novidades visuais. Seu design continua idêntico, com exceção somente dos adesivos que enfeitam seus dois braços (antes eles vinham nas cores azul e vermelha e agora passam a ser dourados). Razoavelmente pesado, o quadricóptero possui uma construção impecável, sem rebarbas, frestas ou outras imperfeições que não passam batido por quem tem olhar crítico.

As luzes LED continuam presentes, sendo essenciais para brincar com o drone no escuro. Apenas tome cuidado para não se confundir: indo contra o senso comum e com o qual estamos acostumados em outros veículos, as luzes vermelhas simbolizam a frente e as verdes identificam a traseira do veículo. Por que será que os chineses fazem isso com a gente?

A montagem do produto é simples: basta inserir a bateria (que é gigante, diga-se de passagem) na região traseira do gadget. O VANT conta com um sistema bem bacana que impede que as hélices sejam colocadas nos motores incorretos; para ter a certeza de que tudo está no seu lugar, basta rodar as lâminas com os dedos e confirmar se elas estão girando normalmente, sem engasgos.

Controles: eles fazem toda a diferença

O grande diferencial da série Phantom é o controle orientado pelo smartphone. O radiocontrole do quadricóptero é um tanto limitado: além dos comandos básicos de voo, ele possui um seletor responsável por controlar o ângulo da câmera (capaz de se mover verticalmente) e botões para operações de fotografia (iniciar/finalizar uma gravação, tirar uma foto e visualizar um preview).

A mágica acontece quando você conecta um telefone celular ou um tablet ao transmissor, utilizando para isso um cabo USB incluso na embalagem. Através do aplicativo DJI Pilot, disponibilizado gratuitamente para Android e iOS, o piloto consegue configurar todos os aspectos do drone e tem livre acesso a uma série de funcionalidades avançadas que são perfeitas para uso profissional. Vamos conhecer algumas delas.

Primeiramente, você pode visualizar exatamente o que o Phantom 3 está “enxergando” com sua câmera através da tela de seu smartphone, permitindo que você tenha uma prévia em tempo real de como ficará a sua filmagem. A transmissão do vídeo é excelente: embora não tenhamos feito testes em longa distância, o aplicativo responde bem nesse quesito, proporcionando um streaming sem engasgos e em resolução HD.

De acordo com Felipe, é justamente por causa desse recurso que a DJI resolveu optar pela conexão cabeada entre o smartphone e o radiocontrolador: a transmissão não seria tão boa caso a comunicação entre os dois dispositivos fosse wireless. Questionamos se essa característica não incomoda alguns usuários, e o técnico foi categórico ao afirmar que hobbystas não se importam com os fios caindo para todo canto.

Falando sobre as outras utilidades do aplicativo, ele possibilita também que você visualize o status da bateria do drone, assim como a quantidade de satélites disponíveis para o voo via GPS (recomendação: apenas voe com ao menos seis satélites) e a qualidade do sinal da transmissão do radiocontrole e da transmissão de vídeo. O software oferece ainda ferramentas como decolagem e pouso automáticos, além de configurações detalhadas da câmera (ISO, abertura do obturador etc.).

Você consegue desenhar (em um mapa estilo Google Maps) uma trajetória detalhadamente definida que será seguida pelo Phantom 3.

Mas calma aí, ainda tem mais! O DJI Pilot integra também as ferramentas de voo automático. Através dele, você consegue desenhar (em um mapa estilo Google Maps) uma trajetória detalhadamente definida que será seguida pelo Phantom 3, algo perfeito quando você sabe exatamente o que deseja filmar e não está a fim de pilotar o quadricóptero manualmente. É possível ainda chamar o VANT para seu ponto de decolagem tocando no botão “Return to Home” – tenha em mente que o pouso possui uma margem de erro de até dois metros.

Uma câmera de respeito

O grande diferencial do Phantom 3 Professional é que ele já sai de fábrica equipado com uma câmera matadora. Seu sensor é um Sony EXMOR de 1/2,3 polegadas com 12,3 MP de resolução, que faz par com uma lente de abertura f/2.8. O ISO máximo para vídeos é de 3.200 – para fotos, o valor baixa para 1.600. Agrada também a velocidade do obturador: sua configuração máxima é de 1/8.000 de segundo, garantindo a captura de imagens “congeladas” até mesmo em objetos em movimento.

O principal destaque do equipamento é sua capacidade de gravar vídeos em resolução Ultra HD, também conhecida simplesmente como 4K (4096x2160 pixels) com 25 frames por segundo.

Porém, o principal destaque do equipamento é sua capacidade de gravar vídeos em resolução Ultra HD, também conhecida simplesmente como 4K (4096x2160 pixels) com 25 frames por segundo. Naturalmente, é necessário equipar o quadricóptero com um cartão micro SD de alta capacidade, visto que um clipe de três minutos em tamanha qualidade pode pesar quase 2 GB – a DJI recomenda que você utilize um cartão de classe 10 ou UHS-1, com até 64 GB de espaço.

A câmera já vem acoplada em um suporte Gimbal próprio, e sua capacidade de estabilizar as imagens é assustadora. Mesmo balançando o Phantom 3 com as mãos (submetendo-o a mais tremores do que ele enfrenta em um voo típico), o suporte dá conta de manter o vídeo perfeitamente estabilizado. O único ponto decepcionante aqui é a movimentação do sustentáculo: ele só pode se mover verticalmente, tendo como ângulos máximos 90° negativos e 30° positivos.

Levantando voo

Com as hélices encaixadas e o aplicativo devidamente configurado junto ao radiocontrole, finalmente pudemos fazer o Phantom 3 voar. Embora o tamanho do drone e de seu transmissor possam assustar pilotos iniciantes, é muito fácil controlar o quadricóptero da DJI, visto que o modelo possui uma série de sensores (inclusive ultrassônicos) que lhe permitem voar com uma estabilidade invejável.

O VANT é perfeitamente capaz de se manter parado no local e na altitude que você deseja, diferente do que acontece no Hubsan X4, por exemplo. Além disso, o pouso e a decolagem automáticos facilitam muito a sua vida. Caso ache necessário, você pode também estabelecer uma espécie de “barreira invisível” para impedir que seu Phantom 3 voe muito longe e perca o controle.

Bastante sensíveis, as alavancas do radiocontrole seguem o layout-padrão para esse tipo de equipamento: a esquerda faz com que o veículo aumente e diminua a altitude, além de fazê-lo girar em torno do próprio eixo. Já com a alavanca direita você direciona o quadricóptero para frente, para trás, para a esquerda e para a direita. Em nossos testes, concluímos que o controle do suporte Gimbal é mais fácil através do botão seletor do que através do aplicativo.

De acordo com dados do próprio fabricante, a velocidade máxima do Phantom 3 é de 16 m/s, equivalente a 57 km/h. A altitude máxima do modelo é 6 mil metros acima do nível do mar. Em relação ao alcance do transmissor, embora a DJI recomende que você não controle manualmente o VANT a mais de dois quilômetros de distância do radiocontrolador – há relatos de pilotos que ultrapassaram essa margem sem problemas, mas é bom evitar eventuais problemas de perda de sinal.

Autonomia energética e tempo de recarga

Equipado com uma bateria de 4.480 mAh, o Phantom 3 consegue voar por aproximadamente 23 minutos até ficar sem energia e retornar automaticamente para seu ponto de decolagem – dependendo de seu perfil de voo, é possível prolongar a diversão por até mais dois minutinhos. A recarga, de acordo com a Drones Brasil, demora cerca de 1h30 através do carregador incluso na embalagem.

O radiocontrolador também possui uma bateria de LiPo não removível, para a alegria de quem não aguenta mais a ideia de usar pilhas em transmissores. A duração dela está estimada em cinco voos, o que seria equivalente a mais ou menos 125 minutos (pouco mais de duas horas). Porém, por motivos óbvios, o mais recomendado é recarregar o componente sempre que ele estiver ocioso, pois não é nada legal perceber que ele está sem energia durante um voo.

Manutenção e suporte

Naturalmente, por ser um equipamento mais complexo e robusto, a manutenção do Phantom 3 é bem mais complicada do que a de quadricópteros baratos. Felizmente, não é difícil encontrar lojas especializadas (como a própria Drones Brasil) que oferecem serviços de conserto aos seus clientes. Tenha em mente, porém, que as peças sobressalentes e acessórios para o VANT são bem caros no território nacional.

Uma única bateria reserva para o modelo, por exemplo, custa cerca de R$ 950, enquanto um jogo de hélices pode chegar a R$ 130. Já a unidade do motor sai por pelo menos R$ 150 através de alguns importadores que atuam no Mercado Livre. Mas temos dó mesmo de quem precisar adquirir um radiocontrolador novo: esse componente não custa menos de R$ 2 mil no mercado alternativo.

Nossa conclusão

Não há dúvidas de que o DJI Phantom 3 seja um dos melhores drones disponíveis atualmente no mercado. Ele é comercializado no Brasil por preços que variam de R$ 7,5 mil a R$ 9 mil (vale a pena pesquisar bastante caso esteja pensando em adquirir um desses), e, naturalmente, trata-se de um modelo voltado sobretudo a profissionais do ramo audiovisual – como fotógrafos que desejam ir além e oferecer um serviço diferenciado para seus clientes.

Não há dúvidas de que a DJI está de parabéns pelo mais recente modelo da série Phantom.

Iniciantes e hobbystas também conseguem se divertir bastante com o Phantom 3, visto que seu voo é estável, seus controles são intuitivos e os modos de restrição de área de voo impedem que você acabe perdendo o controle do VANT. Porém, não temos certeza de que o valor altíssimo para adquirir e manter um “brinquedo” desses é apropriado para quem quer simplesmente um equipamento para lazer.

De qualquer forma, não há dúvidas de que a DJI está de parabéns pelo mais recente modelo da série Phantom: a companhia mostra que marcas chinesas também possuem a capacidade de criar produtos de qualidade absurda voltados para profissionais exigentes.

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