OnePlus 5T: review/análise

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OnePlus 5T é o smartphone mais caro já lançado pela OnePlus até o momento, mas ele ainda é consideravelmente mais barato que seus principais concorrentes vindos de grandes marcas, tais como Galaxy S8, Note 8Moto Z2 Force e LG G6. Ele também custa metade do preço do iPhone X nos EUA. Ainda assim, esse aparelho da OnePlus consegue bater de frente com todos esses dispositivos e até superá-los em alguns quesitos.

O 5T certamente não é o melhor smartphone do mundo, mas consegue um ótimo desempenho em todos os campos que eu considero importantes em um celular

O 5T certamente não é o melhor smartphone do mundo, mas consegue um ótimo desempenho em todos os campos que eu considero importantes em um celular: boa câmera, ótimo desempenho geral, qualidade de construção e um software agradável de usar.

Por isso eu digo que esse celular é uma aquisição mais racional do que emocional. Para decidir comprar esse aparelho, você precisa fazer uma comparação e, depois disso, perceber que ele oferece um bom custo-benefício. Comprar aparelhos top da Samsung e da Apple muitas vezes tem mais a ver com o emocional do que com o racional.

Considerando tudo isso, vamos analisar o que o 5T possui de bom e de ruim nesse concorrido mercado de smartphones top de linha.

Fotos melhores do que o esperado

Quando se fala em fotos de ótima qualidade em um celular, muita gente pensa logo em aparelhos da Samsung e da Apple e mais recentemente nos modelos da Google. Quem está ciente do mercado na China certamente pensa na Huawei. Acontece que o 5T da OnePlus tem um conjunto de sensores muito bem calibrados que tiram ótimas fotos. Não tão boas quanto as de seus principais concorrentes, mas a diferença não é tão absurda considerando a faixa de preço do 5T, que gira em torno dos US$ 500 em sua versão mais básica.

Eu estou falando em dólares porque esse modelo não é vendido oficialmente no Brasil. Dessa forma, você precisa importar uma unidade para tê-lo no seu bolso. O jeito mais barato é pedir para alguém trazer dos EUA, mas você também pode comprar em sites como o GearBest, que cobram um pouco mais caro.

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Voltando à questão das câmeras. Esse aparelho é um daqueles que você tira do bolso, fotografa alguma coisa, e os resultados saem sempre bons. A exposição quase sempre está devidamente ajustada, e a representação das cores é menos saturada do que vemos nos modelos da Samsung, por exemplo, mas ainda temos um visual bem agradável. O HDR automático também funciona muito bem. Mas o maior destaque dessas câmeras, na minha opinião, é na fotografia noturna.

A OnePlus diz que um dos sensores traseiros foi especificamente desenvolvido para fotos com pouca luz, mas eu não consigo dizer se ele realmente faz alguma diferença. Acontece que as fotos noturnas feitas com o 5T são muito boas de qualquer maneira. Há pouco ruído, e as diferenças entre áreas muito claras e muito escuras ficam bem equilibradas. Isso também é verdade para a câmera frontal, que é melhor do que a de muitos iPhones por aí. Experiência própria.

No que tange ao vídeo, você consegue capturas de boa qualidade com resolução 4K a 30 quadros por segundo. Também dá para fazer câmera lenta (120 fps) em resolução HD. O celular inclusive permite a você personalizar, após a gravação, o momento em que a câmera lenta entra em ação. Os resultados finais são bons, especialmente considerando que esse aparelho não tem estabilização óptica. Na verdade, quase não se nota a ausência desse elemento.

Tenho que falar ainda do modo retrato. É bem fácil fazer fotos com esse recurso no app de câmera do 5T, mas infelizmente os resultados não são muito bons. O celular não consegue lidar muito bem com os contornos das pessoas para desfocar o fundo.

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O celular mais rápido que usei nos últimos tempos

Usar o OnePlus 5T no dia a dia é uma experiência excelente. Eu gosto bastante do tal “Android puro”, mas meu celular anterior era um Galaxy S8, então você consegue imaginar que a migração para o 5T foi um alívio. Digo isso tanto no aspecto do software em si quanto no do desempenho.

O 5T apresenta uma performance simplesmente inigualável

O 5T apresenta uma performance simplesmente inigualável para qualquer celular de Samsung, Motorola, LG ou alguma outra marca popular aqui no Brasil. Não há lag em momento algum, e, por conta da alta quantidade de RAM, os apps recentes sempre estão carregados quando você volta para acessá-los. Isso faz com que o celular realmente ajude você a resolver o seu dia a dia, em vez de ser mais um problema que você precisa contornar.

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Para ser bem honesto, o 5T tem sim seus problemas nesse aspecto, mas eu não os considero muito graves, por conta da baixa ocorrência. O app do Instagram e do Twitter bem de vez em quando fecham inesperadamente durante o uso. Entretanto, durante os meses em que tenho utilizado o aparelho, isso aconteceu umas cinco vezes com cada um e olha que essas são as redes sociais que eu mais uso!

Outra coisa que deixa transparecer o bom desempenho do 5T em relação ao Galaxy S8 é a sua capacidade de tirar centenas de fotos em um só dia sem que isso impacte drasticamente na autonomia de bateria. O modelo da Samsung não consegue lidar muito bem com esse tipo de exigência. Ele desliga sozinho depois de algumas dezenas de capturas meio seguidas.

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Quanto a games, joguei Horizon Chase, Lara Croft, InjusticeMonument Valley 2 e alguns outros títulos. O celular nunca apresenta lentidão e mostra uma excelente qualidade gráfica. Os títulos ainda ficam guardados na memória para você os reassumir posteriormente sem ter que recarregar nada.

Benchmarks

ver como o OnePlus 5T se sai em comparação com seus principais concorrentes, o aparelho foi submetido a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3DMark (Ice Storm Unlimited), o AnTuTu Benchmark 7 e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

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O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Ice Storm Unlimited permite comparar diretamente entre processadores e GPUs. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

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O app AnTuTu 7 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.

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O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, avaliando o desempenho do celular durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

Só Full HD?

A tela do OnePlus 5T tem aquela resolução Full HD+, usada em aparelhos com displays de aspecto 18:9. Ela oferece uma ótima calibração de cor, sendo que tudo é apresentado com muita naturalidade. Tecnicamente, esse display é consideravelmente inferior ao de um Galaxy S8 ou LG G6, por exemplo, que ficam na resolução 2K. Mas a verdade é que você só nota uma distinção de qualidade comparando esses aparelhos lado a lado. Além do mais, nos top de linha da Samsung, caso você queira ter algo perto de um dia de bateria, é necessário ficar na resolução Full HD+ mesmo. Nesse caso, a diferença técnica não chega a ser aproveitada.

A tela no formato 18:9 é, na verdade, uma das poucas diferenças do 5T para o OnePlus 5 comum, que tinha uma tela 16:9 num corpo muito similar. Por causa do display mais comprido, o aparelho mais recente mandou o leitor de digitais para a parte traseira.

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Design “meh”…

Como eu já deixei claro no começo deste artigo, o OnePlus 5T não é o “celular perfeito” na minha opinião. A maior razão que eu tenho para dizer isso é o design desse dispositivo. Não há nada muito especial no visual do 5T. Ele é inclusive uma cópia descarada do R11s, que é fabricado pela Oppo, uma outra empresa que faz parte do mesmo conglomerado que a OnePlus. Em outras palavras, trata-se de um design reciclado.

Não bastasse isso, o celular não é especialmente bonito, com linhas bem comuns no mercado de smartphones atual. Ainda assim, as opções de cor que a marca oferece são bem interessantes. Eu gosto especialmente desse preto fosco que vocês conferem nas fotos, mas a edição branca Sandstone também me agrada muito.

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Já quando o assunto é qualidade de construção, esse aparelho conseguiria bater de frente com os grandes da Samsung e da Apple não fosse um defeitinho meio bobo. Os cantos onde o vidro da tela encontra o metal da carcaça possuem uma “rebarba”, que deixa esse acabamento imperfeito. Quase não dá para ver isso, mas é bem fácil sentir essa parte mais levantada.

Autonomia para o dia todo

Eu considero meu padrão de uso do smartphone como “intermediário”. Isso quer dizer que eu não fico com o celular o tempo todo nas mãos conferindo mensageiros e redes sociais, mas faço isso com certa frequência nos pequenos intervalos do dia a dia. Eu também navego muito na web conferindo sites de notícias e outras coisas, porém a atividade que mais gasta bateria do celular é o consumo de vídeo. YouTube e Netflix.

Dito isso, posso afirmar que o OnePlus 5T consegue me entregar um dia inteiro de autonomia de bateria com uma folga considerável. Meu xará Leonardo Rocha, que também tem um 5T aqui no TecMundo, contudo, acha que a bateria é pouca. Acontece que ele é um pouco mais vidrado no celular que a maioria das pessoas.

Em todo caso, o carregador Dash Charge que a OnePlus inclui na caixa é pau para toda obra. Ele preenche toda a bateria do 5T em cerca de 1 hora. Em 30 minutos, você consegue carga o suficiente para o resto do dia. O único contra desse aparelho é a falta do carregamento sem fio. Sinto falta disso, pois usava bastante no S8.

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Software simples como deve ser

Por mais que as interfaces de Samsung, LG, Xiaomi e outras grandes marcas tragam uma tonelada de recursos que, no papel, parecem ótimos, é bem discutível o quão úteis essas coisas realmente são. Pessoalmente, prefiro coisas mais simples para que, quando eu precise de algo mais avançado, não seja necessário perder tempo procurando coisas que deveriam estar mais claramente dispostas.

A LG é mestre em esconder configurações, e a Samsung ainda tem muito lixo em sua interface. A Xiaomi traz uma pegada bem diferente, mas eu ainda tendo a gostar mais de coisas próximas do “Android puro”. No fim das contas, são as mais interfaces similares a esse padrão da Google que acabam oferecendo a melhor usabilidade. Por isso, eu gosto tanto da Oxygen OS, a personalização da OnePlus.

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O software que vem no 5T é, ao mesmo tempo, muito próximo do Android puro, mas também traz vários recursos e ajustes que a Google e suas amarras não oferecem no Robô original. Eu gosto de personalizar o meu celular, mas não tenho a necessidade de ver o software completamente diferente. Eu prefiro encontrar certa consistência.

Com isso em vista, acho que o Oxygen OS é, muitas vezes, mais interessante que o Android puro. O problema é que, neste ano, a atualização do Android Nougat para o Oreo demorou muito para acontecer nos modelos da OnePlus. Isso antigamente era relativamente rápido.

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Mas, para falar a verdade, o Oreo foi uma atualização complicada para todas as fabricantes, por ser um software muito modificado no seu âmago, bem lá no fundo. Isso dificultou um pouco as coisas, mas, se é para ter atualizações mais rápidas no futuro, eu acho que valeu a pena.

A única coisa da qual sinto falta no software da OnePlus é o Google Now nas telas iniciais. Para ter isso, eu precisaria instalar o launcher original da Google, mas isso significaria perder a gaveta de apps da OnePlus e algumas coisinhas a mais que gosto. Aparentemente, não dá para ter o melhor dos dois mundos.

De fábrica, o OnePlus 5T chega ao consumidor com o Android Nougat, porém ele já recebeu uma atualização para o Oreo 8.0. A primeira versão dessa atualização foi bastante problemática, mas, agora, ela está impecável. Portanto, se você estava com medo de atualizar, pode ficar tranquilo.

A autenticação facial do 5T é muito mais rápida do que o Face ID, da Apple, por exemplo, mas não é tão segura

No geral, é preciso elogiar a OnePlus pelo seu trabalho de software em muitos aspectos, seja no processamento de imagens, na interface do sistema e especialmente na criação de recursos como a identificação facial do 5T.

Essa forma de autenticação é muito mais rápida do que o Face ID, da Apple, por exemplo, mas não é tão segura. Mesmo assim, não dá para enganar o 5T com uma foto do usuário cadastrado, por exemplo, o que já foi um problema em aparelhos Android no passado. Essa biometria, contudo, é muito prática. O desbloqueio é praticamente instantâneo, e a precisão é impressionante. É tanto que o leitor de digitais — que também é rápido — fica de escanteio na maior parte do tempo.

Extras

O OnePlus 5T oferece vários extras interessantes, que estão mais para pequenos mimos do que recursos de fato. Ainda assim, eles colaboram para a boa experiência de uso. Ao conectar um fone de ouvido Bluetooth ao celular, por exemplo, ele mostra a quantidade de bateria desse acessório junto do ícone dessa conexão na barra de status. Há também a chavinha lateral para alternar entre os perfis de som, a qual pode ser muito útil para quem fica colocando e tirando o celular do silencioso durante o dia.

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A possibilidade de dar dois toques na tela para acordar o celular me é muito útil quando ele está sobre uma mesa, e eu também posso configurar comandos mais complexos no display apagado para controlar funções específicas do aparelho.

Vale a pena?

Em termos simples, eu acho que vale a pena, sim, comprar o OnePlus 5T, especialmente se formos comparar o aparelho a modelos top de linha disponíveis aqui no Brasil. Caso você não precise pagar o imposto de importação — o que parece ser relativamente comum —, o dispositivo sai mais barato que um Galaxy S8, Note 8, iPhones 8 e X e por aí vai. Considerando que ele tem algumas vantagens sobre esses dispositivos, me atrevo a dizer ele tem um excelente custo-benefício.

Trazendo-o de fora (dos EUA, da Europa ou mesmo da Ásia), você vai gastar algo em torno de R$ 1,7 mil e R$ 1,8 mil. Comprando em lojas de importação que mandam o aparelho direto da China, o valor fica em torno de R$ 2 mil. Isso é um contraste importante em relação aos valores dos concorrentes. Você encontra o Galaxy S8, por exemplo, custando de R$ 2,4 mil a R$ 2,6 mil, e o G6 por R$ 2 mil. Já o iPhone 8 mais barato sai por R$ 3.999.

Naturalmente, existem alguns pontos negativos a serem considerados na hora de decidir comprar um OnePlus 5T. Ele não tem garantia no Brasil, por exemplo, e se você quebrar a tela ou danificar o dispositivo de alguma outra forma, não vai encontrar assistências técnicas especializadas nesse modelo. Fora isso, a importação pode deixar o valor do celular nas alturas — no caso do pagamento de impostos — e pode levar muito tempo para você receber o aparelho em casa, uma vez que a alfândega brasileira sempre está sobrecarregada ou em greve.

Mas, a meu ver, esses contras não são mais importantes que os pontos positivos. Para mim, ter um aparelho que combina ótimo desempenho, câmera boa e grande autonomia de bateria é realmente relevante, e nenhum dos top de linha vendidos aqui no Brasil consegue fazer uma combinação de tudo isso tão bem quanto o OnePlus 5T.

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