A facilmente... ops, fascinante história do corretor automático de textos

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O corretor automático de textos presente em quase todos os smartphones, tablets e em computadores é extremamente útil, apesar de em alguns momentos sugerir ou substituir palavras por outros termos semelhantes que não fazem parte do contexto das frases – o que, em alguns casos, pode gerar situações muito constrangedoras.

Quantas vezes você não xingou o corretor automático por ele ter substituído algo que você escreveu? Pois bem, hoje você pode descobrir quais foram os responsáveis por tal criação tecnológica e falar mal deles também quando o corretor não se mostrar exatamente útil.

Se o autocorretor possui um pai inicial, ele é chamado de Dean Hachamovitch.  Hoje ele é o chefe do departamento de ciências de dados na Microsoft e desenvolveu o autocorretor em seus primórdios, originalmente com foco no maior e no melhor desempenho do Microsoft Office Word. Ao basear-se em alguns atalhos existentes no teclado, ele percebeu que as palavras poderiam ser facilmente substituídas por outras no momento da digitação – e então selecionou alguns erros comuns existentes em inglês para que eles fossem automaticamente corrigidos pelo software.

Contudo, outros usos mais elaborados logo foram adicionados por Hachamovitch, de modo que o leque de palavras erradas aumentou e as sugestões de termos começaram a pipocar nos textos. Foi então que algumas brincadeiras com o autocorretor começaram dentro dos próprios escritórios da Microsoft.

Desde os primórdios trollando os usuários

Dean Hachamovitch entrou escondido no escritório do seu chefe e substituiu o seu próprio nome no autocorretor do PC, de modo que quando Dean fosse digitado no computador, o nome de outro funcionário, Mike, fosse trocado pelo Word. Depois disso, o chefe de Dean resolveu trancar as portas do seu escritório.

Hachamovitch logo percebeu as possibilidades divertidas da nova ferramenta e resolveu criar outras aplicações bem-humoradas. Por exemplo, ele substituiu o nome da filha no Word, de modo que quando alguém digitasse o nome da menininha as palavras “A Linda Princesa” eram exibidas como sugestão de substituição. Brincadeiras à parte, logo o autocorretor começou o processo de se tornar muito mais completo.

Os desenvolvedores primeiramente criaram um dicionário com vários erros ortográficos ou de digitação e suas respectivas correções, assim como as exceções mais comuns. Foi Christopher Thorpe, um estagiário da Microsoft de somente 19 anos, que compilou um extenso leque de palavras e termos que deveriam ser substituídos ou sugeridos pelo Word. Thorpe disse que esse processo de análise das palavras começou quando um cliente, chamado Bill Vignola, teve seu nome corrigido diversas vezes pelo Word como Bill Vaginal.

Além disso, o mesmo erro foi encontrado em outras palavras, como o nome Goldman, que insistentemente foi substituído por Goddman. O autocorretor também apresentou alguns desafios na identificação de termos sexuais e de palavrões, o que rendeu um extenso trabalho de filtragem feito por Thorpe. O Word não pode parecer excessivamente puritano, porém deve notificar os usuários de possíveis erros.

Por isso, algumas expressões foram classificadas do seguinte modo: palavras que não devem ser sinalizadas ou sugeridas – como é o caso de palavrões que não se parecem estruturalmente com outras palavras. Todos os termos classificados como vulgares pelos dicionários foram analisados, de modo que palavras parecidas fossem levantadas como sugestão (caso as pessoas digitem os palavrões sem querer em um texto).

O lento aperfeiçoamento do autocorretor

Três listas fundamentais foram criadas para o funcionamento do autocorretor: as correções básicas, as exceções e as palavras que devem ser ignoradas. Com o passar dos anos, o autocorretor do Word foi aperfeiçoado e hoje não é somente um compilado de listas de palavras, pois é composto por vários fatores inteligentes (proximidade das teclas no teclado, similaridade fonética, contexto linguístico) que analisam estaticamente possíveis erros e quais são os termos mais populares que podem ser usados como substituição.

Apesar de ele nem sempre funcionar corretamente, é fato que muitas vezes ele pode ajudar bastante. Com o passar dos anos, o autocorretor migrou de plataformas e foi adaptado por diversas empresas em smartphones e tablets, de modo que temos muito mais contato com esse anjo/demônio ortográfico. A Apple foi responsável por criar diversas alterações nos sistemas de autocorreção de seus dispositivos, sendo que hoje encontramos influências do autocorretor em inúmeros aparelhos.

Seja como for, os especialistas da Microsoft e de outras empresas trabalham continuamente com o objetivo de tornar o autocorretor mais eficiente e menos problemático. De qualquer jeito, é no mínimo engraçado quando nos deparamos com correções bizarras e que mudam completamente o contexto e o sentido das frases. Por isso, agora que você já sabe a origem dessa ferramenta tão importante, veja abaixo algumas imagens divertidas de autocorreções que deram muito errado:

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