As leis da ficção científica e da tecnologia

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Não importa a circunstância: algumas coisas sempre se repetem no mundo da tecnologia, como se fossem verdadeiras leis universais. Princípios fundamentais, como a conhecida “Lei de Murphy”, existem aos montes na ficção científica e, é claro, seus conceitos aplicam-se também ao mundo tecnológico.

O Tecmundo selecionou algumas das leis mais difundidas no meio e que invariavelmente acabam se repetindo a cada novo lançamento. Algumas delas foram criadas há mais de cinco décadas, mas de maneira impressionante ainda continuam atuais. Será que você consegue enquadrar produtos e empresas dentro de cada uma delas?

Lei de Hanlow

“Nunca atribua à malícia aquilo que pode ser adequadamente explicado pela estupidez.”

Grandes problemas no uso de software ou hardware, muitas vezes, são causados pelo mau uso da ferramenta. Claro, a culpa não é sua. Um sistema eficiente deve ser construído de forma que, mesmo o consumidor com menos conhecimento, possa com facilidade acessar as suas principais funções.

Contudo, sabemos que muitas vezes o “problema” em questão é ocasionado pelo desconhecimento de como utilizar a ferramenta e, é claro, na maioria das vezes ficamos propensos a culpar o programa ou o produto em questão. Maldade por parte da empresa? De jeito nenhum, a culpa pode ser sua mesmo. Ou não?

Lei de Sturgeon

“Noventa por cento de tudo o que é produzido é porcaria.”

Todos os dias, dezenas de aparelhos e softwares chegam ao mercado. Alguns, de fato, são revolucionários, úteis e vão nos acompanhar por muitos anos. Outros, entretanto, já nascem obsoletos no lançamento e, passado o período de veiculação das propagandas, caem nas vendas e são esquecidos.

O escritor Theodore Sturgeon criou a sua máxima na década de 50. Para ele “90% de tudo o que é produzido é porcaria”. Na época ele se referia às novas obras de ficção científica, mas com o tempo o termo pôde facilmente ser aplicado às novidades tecnológicas. Produtos inovadores, relevantes e úteis, infelizmente, são minoria no mercado.

Lei de Finagle

“Se alguma coisa pode dar errado, dará - e no pior momento possível.”

A lei de Finagle é uma variante da lei de Murphy, mas com um adendo muito mais aterrorizante e verdadeiro. Se alguma coisa pode dar errado, não tenha dúvidas: certamente isso vai acontecer. E mais: no pior momento possível.

Quantas vezes você constatou que precisa fazer um backup do seu computador “o quanto antes” devido à instabilidade do sistema operacional? Você agenda tudo para o final de semana, mas justamente na sexta-feira o sistema decide parar de vez.

Cartuchos de tinta que acabam às vésperas da data de entrega do seu trabalho escolar, programas que travam justamente quando você decide comprar uma placa de vídeo nova ou peças que queimam quando você está sem dinheiro são algumas das desilusões que você provavelmente já teve ou terá ao longo da sua vida.

As leis da robótica de Isaac Asimov

1ª lei: um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª lei: um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a primeira lei.

3ª lei: um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira ou a segunda lei.

(Fonte da imagem: IMDB)

Criadas pelo escritor Isaac Asimov no livro “Eu, Robô”, as três leis da robótica foram adotadas também no mundo real e norteiam o trabalho daqueles que trabalham no desenvolvimento de autômatos. A ideia é que nenhuma máquina possa ser criada tendo como objetivo principal a destruição dos seres humanos.

Embora o cinema e a literatura insistam em histórias com teorias conspiratórias, em que as máquinas se rebelam e tentam dominar os seres humanos, o respeito a esses princípios faz com que, na prática, seja pouco provável que algo do gênero possa acontecer em um futuro próximo.

As três leis de Clarke

1ª lei: quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, é quase certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.

2ª lei: o único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se um pouco além dele, adentrando o impossível.

3ª lei: qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

O escritor de ficção científica Arthur C. Clarke também formulou três premissas interessantes sobre a relação do homem com a tecnologia. As duas primeiras, sem dúvida, são as mais importantes e até hoje servem de estímulo para muitos cientistas e pesquisadores.

Segundo o autor, a experiência de um cientista renomado deve sempre ser levada em consideração, mesmo diante das teses mais estranhas ou absurdas. Para isso, é preciso ir além do que parece impossível e questionar sempre as possibilidades, aventurando-se em caminhos inexplorados pelo homem.

O princípio de Dilbert

“Os trabalhadores mais ineficientes são sistematicamente movidos para cargos em que eles podem causar menos danos: a gerência”.

Dilbert.com

Dilbert é um dos personagens dos quadrinhos mais admirados pelos fãs de tecnologia. Suas tirinhas, publicadas em centenas de publicações do mundo todo, relatam o dia a dia das empresas e do mundo tecnológico, mas sempre de uma maneira sarcástica e bem-humorada.

Uma das máximas defendida por ele é a de que os trabalhadores mais ineficientes acabam em geral sendo promovidos para funções de diretoria e gerência. Segundo ele, em cargos como esse, que requerem mais ordenação do que execução de tarefas, a probabilidade de eles causarem danos à empresa é menor.

A julgar pelas grandes empresas de tecnologia, CEOs, gerentes e diretores têm papel fundamental no desenvolvimento delas. Basta dar uma olhada no trabalho realizado no Facebook, na Google, na Microsoft e na Apple, por exemplo. Mas e na sua empresa, essa lógica se aplica?

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