Filme Coringa: a história do personagem que pôs o sorriso no rosto

3 min de leitura
Imagem de: Filme Coringa: a história do personagem que pôs o sorriso no rosto
Imagem: Warner Bros.

Neste mês, outubro, o filme do Coringa completa 1 ano. No universo Batman, poucos diretores conseguiram mergulhar na escuridão da saga do Homem-Morcego. Christopher Nolan certamente chegou lá em 2008 com O Cavaleiro das Trevas, mas seu grande trunfo foi o Coringa — vivido por Heath Ledger.

Em 2019, coube a Todd Phillips, um diretor americano responsável por comédias de sucesso, contar a “história da origem” do palhaço que se tornou o principal inimigo do Batman e um dos mais terríveis vilões do Universo DC. Phillips não fez uma coisa nem outra.

Ao invés de comédia e quadrinhos, o diretor “bebeu na água” de Nolan e produziu um dos filmes mais perturbadores, disruptivos e assustadores dos últimos tempos. O Coringa pode, com certeza, ser classificado como um filme de terror, sendo um mergulho esquizofrênico no fundo da psicose de um homem dividido.

Sinopse

Fonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte:  Warner Bros. 

No começo do filme, o protagonista ainda é Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), ex-paciente de uma instituição que, fortemente medicado, trabalha como palhaço para ganhar a vida e sustentar sua mãe inválida, Penny (Frances Conroy), que vive com ele em um cortiço de Gotham City.

Arthur tem uma vida pacata que se divide entre assistir pela TV ao seu apresentador favorito, Murray Franklin (Robert De Niro), e uma certa obsessão pelo ex-patrão de sua mãe, Thomaz Wayne (Brett Cullen), candidato a prefeito. Arthur também acaba desenvolvendo um sentimento de ternura por Sophie Dumond (Zazie Beetz), mãe de um garotinho, e a moça parece corresponder aos seus afetos.

Tudo acontece de forma meio previsível até que o mundo de Arthur desaba. Com a posse de uma arma fornecida por um colega de trabalho, ele é espancado em um trem do metrô por três rapazes bem vestidos, que se irritam com sua incontrolável gargalhada nervosa. Sem seus remédios, cortados pelo "SUS" de Gotham, ele atira e mata os três, já demonstrando que não é mais Arthur que "está no comando" e sim o Coringa.

O Coringa é violento?

Fonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte:  Warner Bros. 

O Coringa é violento com certeza, mas as mortes que ocorrem têm um propósito de chocar e mostrar talvez os limites da loucura. Não são mortes para que o público se identifique com elas nem para punir personagens “do mal” como acontece em John Wick, por exemplo. As mortes que ocorrem no filme podem ser colocadas na conta dos sintomas de Arthur.

A violência que ocorre no filme Coringa não faz apologia a assassinatos nem pretende transformar os espectadores em seres violentos. Se filmes tivessem esse poder, bastaria exibirmos Ghandi todas as noites, que grande parte dos problemas de nossa sociedade atual estariam resolvidos.

O filme não pede simpatia nem defende nenhum tipo de perdão para o Coringa. O roteiro, como na maioria dos filmes de terror, explica as circunstâncias que serviram de gatilho para que o surto psicótico assassino fosse deflagrado, deixando claro que o único destino para o personagem é o Asilo Arkham, onde ele realmente termina.

O homem por trás do riso

Fonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte: Warner Bros./DivulgaçãoFonte:  Warner Bros. 

Um dos motivos do sucesso do filme Coringa se deve à atuação dedicada, minuciosa e assustadora de Joaquin Phoenix, que lhe rendeu um Oscar em fevereiro deste ano. Usando a expressão corporal, o ator remodelou sua aparência física, assemelhando-se talvez intencionalmente ao personagem do filme O Operário, vivido por Christian Bale.

Mas é no aspecto psicológico que a atuação consegue sua maior força, com olhares e trejeitos que talvez apenas Heath Ledger tenha-se aventurado a executar. No caso do filme Coringa, o desafio foi ainda maior, pois Phoenix, além de atuar (em todos os sentidos), também narra a história, que depois descobrimos não ser totalmente verídica.

Quanto a uma possível caracterização do personagem como um líder político, tipo um louco vestido de palhaço comandando um bando de palhaços agindo como loucos, essa não é a praia de Todd Phillips, mas fica uma referência menos como crítica social e mais como uma razão do surto de Arthur pela falta de medicação.

Coringa 2?

Embora se especule que Joaquin Phoenix teria recebido uma proposta de US$ 50 milhões para representar o Coringa em mais dois filmes, até agora não se tem uma resposta concreta: nem do ator nem do diretor. Todd Phillips diz que, quando um filme de US$ 60 milhões fatura US$ 1 bilhão, "a pressão por uma sequência aumenta".

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.