Assistimos ao filme "Ela", com Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson

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Quando os indicados para o Oscar 2014 foram anunciados, muitos não estavam esperando que “Ela” faria parte da lista dos melhores filmes do último ano. O longa, dirigido por Spike Jonze, de “Quero Ser John Malkovich”, tem uma trama que pode parecer não só estranha, como quase ridícula.

Theodore é um homem que, durante o seu período de separação, acaba criando um laço afetivo com a inteligência artificial responsável pelo seu novo sistema operacional. Imagine como se um homem, nos tempos atuais, se apaixonasse pela Siri. Foi assim que “Ela” surgiu aos olhos do público, mas, depois das pouco mais de duas horas de duração do longa, é possível dizer que ele não é apenas um vislumbre da alma de um solitário, mas também de um interessante futuro para a tecnologia.

Um futuro não muito diferente do nosso presente

Desde os primeiros momentos de filme, é possível notar que o mundo em que “Ela” se passa é o mesmo que o nosso, mas em um futuro muito próximo. Nele, mais do que nunca, pessoas conversam superficialmente, preferindo acessar seus emails e feeds enquanto vão trabalhar ou voltam para casa.

Theodore, personagem principal interpretado pelo ator Joaquin Phoenix, trabalha em uma empresa que cria cartas para pessoas. Seja para um aniversário ou para pedir desculpas, os funcionários acessam um histórico das pessoas e criam cartas para serem enviadas.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Theodore é um dos melhores “escritores”, utilizando um sistema operacional que atende a comandos de voz diretos. Quase não se vê teclados físicos ligados aos inúmeros computadores vistos.

Ao entrar no metrô, ligando seu telefone através de um fone sem fio, ele consegue ignorar tudo ao seu redor e acessar o seu sistema operacional, que, aparentemente, está na nuvem e pode ser acessado de qualquer aparelho.

Chegando em sua casa, Theodore não faz muito além de jogar um video game em que os gráficos são projetados em toda a sua casa e ele usa comandos de voz para controlar o seu personagem.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Se você reparar, tudo o que é mostrado em “Ela” é nada mais do que uma evolução de tecnologias já disponíveis atualmente ou em estágio de desenvolvimento. Essa aproximação do futuro do filme da nossa realidade acaba por deixar toda a sua trama mais verossímil.

Um sistema operacional com sentimentos

Um belo dia, Theodore passa por um anúncio de um novo sistema operacional que se adéqua ao usuário, graças ao uso de inteligência artificial. Ao programar o novo SO, ele escolhe uma voz feminina, após responder perguntas pessoais.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Nesse momento, vemos algo que pode muito fazer parte do nosso futuro. Utilizando inteligência artificial, a possibilidade de que produtos eletrônicos se adaptem aos seus usuários, criando uma experiência de uso particular para cada um, é enorme.

Após a configuração do sistema operacional, Theodore conhece Samantha, dublada pela atriz Scarlett Johansson. É então que as coisas começam a realmente se desenvolver.

Theodore é introvertido e não consegue manter um relacionamento real com outra pessoa desde que a sua esposa o deixou. Com a presença constante da tecnologia, seja em casa, na rua ou no trabalho, ele tem em Samantha um elo que não conseguia criar com uma pessoa de verdade.

Por sua vez, Samantha consegue evoluir a cada novo instante, criando total consciência de sua existência e se tornando, aos olhos de Theodore, um ser com o qual pode se apaixonar novamente.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures)

É muito interessante a forma como a trama é desenvolvida, já que o relacionamento que nasce entre Theodore, um ser humano, e Samantha, um ser autômato com inteligência artificial, não só parece realista como também compreensível.

Em dado momento, o espectador fica sabendo que o relacionamento do protagonista não é tão único, já que outras pessoas veem em seus sistemas operacionais uma forma de interagirem com outro ser, mesmo ele estando dentro de um computador ou smartphone.

Um possível retrato de uma cultura muito ligada à tecnologia

Apesar de se mostrar como um atípico filme de romance, “Ela” também serve como uma forma de reflexão sobre o quanto a nossa sociedade está se tornando dependente da tecnologia, a ponto de um relacionamento entre alguém e seu sistema operacional não parecer algo estranho.

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures)

Em um mundo em que cada vez mais a sociedade parece estar mais focada em produtos eletrônicos, existirão pessoas que poderão preferir um contato artificial ao real, principalmente se a tecnologia evoluir ao ponto em que a inteligência artificial possa não só acompanhar o pensamento humano, mas também superá-lo.

Vale o ingresso?

“Ela” é um filme que pode agradar àqueles que procuram uma história de amor diferente, àqueles que gostariam de ver uma possibilidade para o futuro da tecnologia que não parece algo absurdo, ou a alguém que apenas deseja assistir a um filme com boas atuações e ideias.

“Ela” estreia nos cinemas brasileiros na próxima sexta-feira, dia 14 de fevereiro.

O Tecmundo assistiu ao filme a convite da Sony Pictures.

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