Interatividade, o futuro do cinema?

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Nos últimos meses os cinemas de todo o mundo foram sacudidos pela novidade dos efeitos em terceira dimensão. A realidade dos mundos em 3D parece ser a bola da vez na indústria da tecnologia e do entretenimento, e nos próximos meses, PCs, notebooks, TVs, Blu-ray Players, e até mesmo celulares com suporte para o formato devem chegar ao mercado.

Mas, em se tratando de cinema, nenhuma novidade parece ser suficiente para saciar a inventividade de Hollywood. Na Coreia, o filme Avatar já é exibido em 4D nos cinemas – para conhecer mais sobre a tecnologia 4D confira este artigo – e, caso seja bem-sucedido, o novo formato deve se espalhar pelas salas de cinema mundo afora.

E onde entra a interatividade? Em que momento o espectador poderá decidir que rumo a história deve tomar? A atração já é realidade em algumas exibições-teste e pode dar início a um novo segmento nos cinemas, os filmes interativos. Vamos entender melhor como isso funciona.

Você decide

Na década de 90 o seriado Você Decide, exibido pela Rede Globo, acabou se tornando um dos maiores sucessos da emissora. O programa consistia numa história simples com final aberto, em que os próprios espectadores decidiam qual era o desfecho da história. Em seus episódios de maior audiência, Você Decide chegou a receber milhões de ligações em um curto intervalo de tempo.

Algo similar já está disponível e pode ser a atração em breve num cinema perto de você. O 13th Street, uma canal da rede americana NBC especializado na produção de filmes de terror e thrillers, desenvolveu um sistema em que é possível fazer o espectador interagir com a história e decidir os rumos dela durante a produção.

O projeto intitulado “Last Call” consiste em um filme de terror em que o protagonista, perseguido e acuado, liga para um espectador aleatoriamente na plateia. O escolhido, utilizando um celular, responde as perguntas do protagonista durante a projeção e, com isso, decide o rumo da historia.

A decisão de para qual lado seguir e subir ou não um lance de escadas fica para um dos espectadores. O resultado amplia as possibilidades de desenvolvimento da trama garantindo que nenhuma sessão seja igual à outra.

Filme interativo

Longe dos cinemas, um conceito similar começa a dar as caras também no mundo dos games. O jogo Heavy Rain: The Origami Killer, lançamento exclusivo para Playstation 3, nada mais é do que um grande filme que permite ao usuário interagir e definir os rumos da história.

Com uma jogabilidade diferenciada o game não é nenhum primor em termos de ação, no entanto apresenta uma história densa, um drama contado do ponto de vista de quatro personagens aparentemente desconexos, mas que, com o desenrolar da história, aproximam-se.

Se o jogo fará sucesso ou não só o tempo vai dizer. No entanto, já no seu lançamento, é possível notar como os olhos da indústria estão sobre ele e, caso seja bem-sucedido, espera-se uma nova leva de jogos do gênero também para outras plataformas.

A sala de cinema como palco de entretenimento

Com a possibilidade de o espectador montar em sua casa um home cinema cada vez mais real e acessível, a tendência das salas de cinema é agregar novos conceitos e atrações para não perder mercado e se constituirem em um diferencial significativo.

Em Londres algumas salas de cinema já exibem jogos de rúgbi em 3D e em tempo real. O silêncio do espectador na sala dá lugar a torcedores fanáticos gritando e vibrando pelo seu clube, com um copo de cerveja na mão e óculos 3D no rosto.

É bem verdade que, mesmo com novidades tecnológicas ou recursos para cativar a atenção do espectador, nada substitui uma história bem contada e que faça rir ou chorar com a intensidade que só o cinema é capaz.

Porém, em termos de entretenimento, é inegável a tendência das salas de cinema, cada vez mais, tornarem-se pólos de entretenimento e de estímulo a todos os sentidos. Se a novidade vai agradar ou não ao espectador, cabe ao público determinar. Ou seja, no final das contas, você decide.

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