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Ciência

Surto da 'doença da urina preta' atinge o estado do Amazonas

Pelo menos 40 casos e uma morte por conta da Doença de Haff foram registrados nos últimos 10 dias no Amazonas

schedule31/08/2021, às 14:23

Surto da 'doença da urina preta' atinge o estado do AmazonasFonte:  Pxhere/Reprodução 

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O estado do Amazonas registrou, nos últimos 10 dias, pelo menos 40 casos e uma morte em decorrência da Doença de Half, popularmente conhecida como “doença da urina preta”. A enfermidade é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes, como o tambaqui, o badejo e a arabaiana, ou crustáceos como lagosta, lagostim, camarão.

O surto começou a ser registrado em Itacoatiara, município a 176 km da capital amazonense, onde foram identificados 34 casos e uma morte desde o dia 21 de agosto, de acordo com informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas. Do total de doentes, 10 pacientes continuam internados. 

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Por enquanto, ainda não foi comprovada qual é a origem da doença. Uma equipe técnica está investigando o foco inicial em busca de resposta. As autoridades locais ainda não orientaram a população quanto à suspensão do consumo de peixe.

“Doença da urina preta”

Pescados mal armazenados podem liberar toxina que causa a Doença de Haff (Fonte: Pxhere/Reprodução)Pescados mal armazenados podem liberar toxina que causa a Doença de Haff (Fonte: Pxhere/Reprodução)

A “doença da urina preta” foi descoberta em um lago chamado Frisches Haff, em 1924, em território que era pertencente à Alemanha. A sua origem é desconhecida, mas sabe-se que está associada ao consumo de animais aquáticos.

Uma das principais hipóteses é que os peixes e crustáceos, quando armazenados de forma inadequada, podem criar uma toxina sem cheiro e sem sabor. A ingestão da substância, mesmo cozido, frito ou assado, provoca a destruição das fibras musculares esqueléticas, conhecida como rabdomiólise, e libera substâncias no sangue que são capazes de danificar o sistema muscular e órgãos como os rins.

Sintomas

Entre duas e 24 horas após a ingestão do alimento contaminado, começam a aparecer sintomas como febre, náusea, vômito, falta de ar, diarreia, dores musculares e dormência no corpo. Os pacientes também costumam apresentar insuficiência renal, com a urina bem escura. No aparecimento desses sinais, é importante procurar imediatamente o atendimento médico.

Tratamento e prevenção

O tratamento é realizado com hidratação, para diminuir a concentração da toxina no sangue e favorecer a eliminação por meio da urina. Em caso mais graves, pode ser necessário internamento e hemodiálise.

Para prevenir a doença, é recomendável consumir pescados ou crustáceos com origem, transporte e armazenamento com garantia de segurança.