Vacina contra covid-19: economistas avaliam imunidade coletiva tardia

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Na contramão das manifestações de otimismo geradas pelas apresentações de resultados promissores em diversos testes de vacina para a covid-19, analistas do Citi Research, responsáveis pela prospecção de cenários econômicos futuros, avaliam que a tão esperada imunidade coletiva não será alcançada antes do final de 2021.

No relatório divulgado na segunda-feira (23), analistas do Citi alertam aos seus clientes que a volta à normalidade econômica pode não ocorrer até o final do ano que vem, quando a chamada “imunidade de rebanho” começar a se formar.

A tão difundida imunidade de rebanho é um fenômeno que ocorre quando uma infecção para de se espalhar dentro de uma determinada população porque uma grande porcentagem daquela comunidade tornou-se imune à doença, seja através da exposição direta ao vírus (estratégia que se provou mortal para algumas populações) ou acelerada pela imunização em massa.

Previsões do Citi sobre as vacinas

Fonte/; Citigroup/DivulgaçãoFonte/; Citigroup/DivulgaçãoFonte:  Citigroup 

O relatório do Citi Research teve como base um artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine no qual especialistas em saúde simulam a queda percentual nos casos diários de covid-19 em diferentes cenários de eficácia e cobertura da vacina. Após essa análise, a equipe do Citi concluiu que “a cobertura da vacina deve atingir pelo menos 70% para formar alguma imunidade de rebanho”.

Os analistas afirmaram que todas as economias desenvolvidas já garantiram os pré-pedidos de vacinas e se beneficiarão em primeiro lugar do impacto econômico da imunidade coletiva. A estimativa é que vacinações covid-19 provoquem uma elevação do PIB global em 0,7% em 2021 e 3% em 2022.

No relatório, o Citi presume que as três vacinas que mostraram ótimos resultados na Fase 3 (Pfizer-BioNTech, Moderna e Oxford-AstraZeneca) receberão aprovações de emergência entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Os mercados desenvolvidos já garantiram 85% da capacidade total da vacina para suas populações.

Países emergentes e contratempos

Fonte: Alex Milan Tracy/AP/ReproduçãoFonte: Alex Milan Tracy/AP/ReproduçãoFonte:  Alex Milan Tracy/AP 

Os analistas econômicos são mais cautelosos a respeito das economias emergentes que, segundo eles, terão que esperar mais tempo pela distribuição da vacina, e os países mais pobres poderão ter que esperar até o final de 2022 ou até mais, tendo que contar com a iniciativa Covax, programa da ONU para subsidiar vacinas.

Finalmente, a equipe aponta algumas ocorrências que podem impactar as previsões feitas. Entre elas, estão a eficácia das vacinas, a taxas de reprodução da covid-19 e a velocidade de produção em massa da vacina. Outra incógnita é a disposição das pessoas em serem vacinadas, problema crítico que pode atrasar a imunidade coletiva em países como os Estados Unidos e o Brasil.

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