Japão pretende despejar no mar água do reator de Fukushima

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Imagem: Greenpeace/Christian Åslund/Divulgação

A usina nuclear de Fukushima Daiichi tem hoje dois depósitos de material radioativo: o de terra, constantemente tirada da superfície para acelerar a descontaminação, e o da água que resfria o reator derretido – esta, o governo japonês pretende lançar ao mar. A decisão, a ser tomada até o fim deste mês, tem sido questionada por ambientalistas e, principalmente, por pescadores.

Desde 2011, quando um terremoto e um tsunami provocaram um dos piores desastres nucleares da história moderna, a água usada para resfriar o reator danificado tem se acumulado. Diariamente, 170 toneladas fluem para tanques de tratamento, onde a água é processada para eliminar a maioria dos isótopos radioativos, menos o trílio, que é relativamente menos tóxico.

Ao fim de 2022, não haverá mais tanques vazios para o armazenamento de água na usina de Fukushima.Ao fim de 2022, não haverá mais tanques vazios para o armazenamento de água na usina de Fukushima.Fonte:  AFP/Kazuhiro Nogi/Reprodução 

Ao fim de 2022, porém, não haverá espaço para armazenamento (em setembro, Fukushima acumulava 1,23 milhão de toneladas de água contaminada, repousando em 1.044 tanques). A urgência cresce porque, além daquela usada no resfriamento, também são armazenadas a água subterrânea e a chuva que cai sobre a usina.

Dois anos é o tempo que levará para o governo fazer as obras necessárias para o descarte. Antes de ser liberada, a água seria diluída para até 1/40 da concentração atual. O descarte demoraria 30 anos para ser completado.

Padrão global de descarte

Em fevereiro, durante uma visita à usina, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, disse que “o lançamento da água contaminada no mar é comum em usinas nucleares em todo o mundo”.

Mesmo assim, as comunidades de pescadores temem a medida. Países como a Coreia do Sul ainda restringem as importações de produtos agrícolas e pescado japoneses.

Para o presidente da federação nacional de cooperativas de pesca JF Zengyoren, Hiroshi Kishi, “liberar a água prejudicará a luta de quase uma década para reerguer a indústria pesqueira da região. Nossos esforços podem ter sido em vão".

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