Quantos sentidos tem o corpo humano?

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No começo, a pergunta do título parece boba: na escola, aprendemos que são apenas cinco –  visão, audição, tato, olfato e paladar. Aí veio a ficção para expandir nossos horizontes – o filme “O Sexto Sentido” nos apresentou mais um, responsável por perceber experiências extrassensoriais e sobrenaturais, enquanto no universo do desenho “Os Cavaleiros do Zodíaco” é possível alcançar até o oitavo sentido, que seria superior a todos os demais. Mas qual dessas suposições está certa?

A resposta pode parecer absurda, mas um pouco de pesquisa nos leva à resposta de que não estamos restritos aos sentidos “clássicos” – porém, a ficção também não acerta nas explicações. Os números variam de acordo com a pesquisa desenvolvida e vão de um mínimo de 9 para um máximo de 33 diferentes percepções.

Quebrando o mito

Os sentidos mais comuns que conhecemos e aprendemos são os chamados “sentidos fundamentais”. A classificação é atribuída ao filósofo grego Aristóteles e leva em conta os métodos de percepção mais básicos do corpo humano, capazes de explicar nossa relação com os diferentes estímulos do ambiente. Ainda assim, isso não quer dizer que tal informação está errada, mas apenas incompleta.

(Fonte da imagem: Education World)

Tato, paladar, olfato, visão e audição fazem parte de uma resposta consensual – todos eles existem, mas podem ser expandidos para classificações mais complexas. O problema é que não há uma formulação oficial para quantos sentidos existiriam no corpo humano.

Como as ramificações mais complexas envolvem um conhecimento científico mais específico, vamos abordar o que seriam os quatro sentidos adicionais do nosso corpo.

As percepções

Esqueça o sexto sentido dos filmes: as percepções de verdade são bem menos divertidas. (Fonte da imagem: Disney)

Fora da ficção, a percepção não tem nada a ver com “Eu vejo gente morta” ou qualquer outro tipo de experiência sobrenatural. Dois dos sentidos estão fortemente relacionados com sensações bastante cotidianas, mas que você nem imagina que se encaixem nessa categoria.

Propriocepção

Quando você está de olhos fechados, por exemplo, você consegue perceber os músculos e membros de seu corpo, mesmo que não consiga enxergá-los – esse é o chamado sentido da propriocepção, ou localização espacial do corpo. Olha só como ele é importante: feche os olhos e encoste o dedo indicador direito em seu umbigo. O responsável por "mostrar" inconscientemente a você onde estão essas partes do corpo é a propriocepção.

Equilíbrio

Outra percepção importante diz respeito ao equilíbrio, que é um dos mais importantes sentidos do nosso organismo. Afinal, é ele o responsável por nos fazer ficar de pé, caminhar por aí, sentir a gravidade que age sobre nosso corpo e praticar esportes, por exemplo. Ele funciona a partir da movimentação de fluidos presentes no ouvido interno, que balançam de acordo com nossas ações.

Os superpoderes da pele

Um dos mecanismos mais fascinantes do corpo humano é o que o sistema nervoso é capaz de fazer a partir da pele. Ela reage ao contato com qualquer objeto – e de maneira diferente se a tocamos com um cubo de gelo ou uma brasa, por exemplo. É ela a responsável pelos outros sentidos adicionais do corpo humano.

Termocepção

É na pele que estariam concentrados o maior número de sentidos adicionais, graças ao alto número de terminações nervosas diferentes. O que chamamos de tato, portanto, pode ser expandido para a termocepção, que é o ato de sentir mudanças de temperatura, como a água gelada ou quando você chega perto do fogão ligado, por exemplo.

Encostar na xícara de café quente e tirar a mão rapidamente é uma combinação de sentidos.

Além disso, essa é uma característica de defesa muito importante, já que nos mantém longe de eventuais perigos como temperaturas muito altas ou baixas. Mas, assim como os demais sentidos do corpo, ele não funciona sem a ajuda de outros mecanismos.

Nocicepção

Essa percepção está geralmente associada com outros sentidos, já que é ativada para alertar sobre a dor. Pode ser uma presença física a partir do toque, como um soco ou uma agulha, até feridas térmicas (como queimaduras) e químicas (como inflamações). Os responsáveis por detectar tudo isso são sensores espalhados por todo o corpo chamados de nociceptores.

Os sentidos internos

Mas nenhum desses sentidos funcionaria sem a atividade cerebral e nosso sistema nervoso. Além dos mecanismos já citados, o organismo é capaz de manifestar percepções que você nem percebe que estão em funcionamento, mas que são essenciais para nossa existência. Até o funcionamento dos órgãos podem ser considerados sentidos isolados, como a filtragem dos rins ou a liberação de secreções pelo fígado.

Sem entrar em assuntos mais complexos, é possível citar ainda percepções como fome, sede ou a passagem do tempo. Além disso, segundo alguns dos estudos que aumentam o número de sentidos humanos para 21 ou 33, partes bem mais específicas do corpo também entram na lista, como vários receptores sensoriais espalhados pelos pulmões, cérebro ou medula.

Sinestesia

Algumas pessoas dizem ser capazes de relacionar cores, cheiros, sons ou gostos entre si, mesmo que eles não estejam presentes no ambiente – como unir o verde a um gosto adocicado ou sentir imediatamente um cheiro de carne ao ver uma imagem de um churrasco sendo feito, por exemplo.

Isso é a sinestesia, um fenômeno bastante curioso com relação aos sentidos. Quem a possui é capaz de misturar mais de um plano sensorial, causando efeitos como nos exemplos citados acima. Normalmente, essa atividade está relacionada ao uso de drogas alucinógenas, mas há quem desenvolva esse “superpoder” sem o auxílio de nenhuma substância.

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Agora que você já sabe que o corpo humano tem mais de cinco sentidos, perceba durante o cotidiano quantas vezes você utiliza cada um dos sentidos complementares – e se assuste ao imaginar como seria viver sem um deles.

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