Estudo sugere que YouTube é culpado por aumento de terraplanistas

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A astronomia helenística pode ter provado o formato esférico da Terra no século III a.C., mas isso não impediu o aumento do número de pessoas que acreditam que a Terra é plana nos últimos cinco anos, e nem das convenções sobre o assunto pelo mundo. E, aparentemente, o YouTube é um dos grandes culpados.

Professora assistente de comunicação da ciência na Texas Tech University, Asheley Landrum decidiu fazer uma pesquisa para entender o fenômeno e descobriu que 29 das 30 pessoas entrevistadas por ela em uma convenção de terraplanistas estavam lá por terem assistido vídeos sobre o assunto no YouTube.

E mais: as mesmas pessoas não acreditavam que a Terra era plana há dois anos atrás, antes de assistirem vídeos de conspiração no serviço da Google. "A única pessoa que não disse isso estava acompanhando a filha e o genro, que viram [os vídeos] no YouTube e falaram sobre isso", disse Asheley ao The Guardian.

Segundo Asheley, os entrevistados também confessaram assistir a vídeos de outras conspirações, como os que questionam a veracidade da ida do homem à Lua ou do ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001.

Além disso, muitos disseram ter começado a ver tais vídeos para desmascará-los, mas acabaram sendo convencidos pelos argumentos utilizados pelos criadores.  Apesar de não culpar explicitamente o YouTube pelo fenômeno, a pesquisadora acredita que a Google poderia estar fazendo um trabalho melhor em impedir que ideias cientificamente erradas se espalhem de tal forma.

O que fazer?

“Há muita informação útil no YouTube, mas também há muita informação errada”, afirmou ao The Guardian. “Os algoritmos facilitam esse tipo de armadilha ao apresentar essas informações erradas a pessoas mais suscetíveis a acreditarem nelas”.  A Google sabe disso, e em janeiro apresentou planos para combater a propagação de informações falas no YouTube.

“Começaremos reduzindo as recomendações de conteúdo limitado e conteúdo que poderia desinformar os usuários de maneiras prejudiciais - como vídeos promovendo uma cura milagrosa falsa para uma doença grave, que afirmam que a Terra é plana ou fazendo alegações descaradamente falsas sobre eventos históricos como o 9/11”, escreveu a equipe do YouTube em uma publicação oficial, na qual também admitiu que a mudança será gradual.

Do seu lado, Asheley acredita que os cientistas também precisam usar mais a plataforma para comunicar os trabalhos e as pesquisas que estão fazendo. “Não queremos que o YouTube esteja repleto de vídeos que dizem os motivos pelos quais a Terra é plana”, afirmou ela. “Precisamos de outros vídeos dizendo por que esses motivos não são reais e que mostram maneiras para que as pessoas pesquisem por si mesmas”.

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