Há 20 anos, a sonda Deep Space 1 partia para testar tecnologias no espaço

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A data de hoje, 24 de outubro de 2018, marca os 20 anos do lançamento da sonda Deep Space 1, que partiu do Cabo Canaveral, na Flórida, para sobrevoar o asteroide 9969 Braille testando uma série de novas tecnologias que, depois disso, vieram a colaborar muito com o avanço das pesquisas e da exploração espaciais realizadas pela NASA – a responsável pela missão – e outras agências ou empresas privadas.

Originalmente, o planejamento da NASA indicava que a sonda deveria se aproximar de um asteroide com rota próxima da Terra. Alguns atrasos no lançamento da Deep Space 1 obrigaram os cientistas a mudar de plano e escolher outro asteroide para a aproximação da sonda: o escolhido foi o 9969 Braille. Em seguida, um cometa também passando perto do nosso planeta seria analisado, mas também acabou sendo alterado por um probleminha na trajetória da missão.

aDetalhe da Deep Space 1 ainda na Terra

Tecnologias espaciais

 A sonda foi capaz de chegar a meros 27 quilômetros do asteroide, inclusive registrando em imagem sua passagem no dia 29 de julho de 1999

As tecnologias testadas pelo Deep Space 1 envolviam uma série de recursos que se tornaram importantes nas décadas seguintes. A sonda experimentou propulsão elétrica com energia solar, sistemas de câmeras avançados, novos meios de controle remoto de dispositivos no espaço, navegação autônoma e muitas outras coisas.

Os primeiros meses após o lançamento da sonda serviram para a realização de todos esses testes. A Deep Space 1 seguiu, então, para encontrar com o asteroide 9969 Braille. Imagem a dificuldade de sincronizar o voo de um dispositivo desses com a trajetória errante de um corpo rochoso no meio da imensidão do espaço. A sonda, porém, foi capaz de chegar a meros 27 quilômetros do asteroide, inclusive registrando em imagem sua passagem no dia 29 de julho de 1999.

aRegistro do asteroide 9969 Braille feito pela Deep Space 1

Caçadora de asteroides e cometas

A missão seguinte da Deep Space 1 era, então, se aproximar do cometa 107P/Wilson-Harrington, porém, problemas na aproximação com o asteroide 9969 Braille atrasaram novamente a sonda, que precisou ser redirecionada a outro corpo celeste. O que aconteceu foi que o sistema óptico que mede o posicionamento das estrelas e ajuda na movimentação da Deep Space 1 chamado Star Tracker falhou e deixou a sonda desorientada. Os cientistas responsáveis pela missão conseguiram usar uma outra ferramenta – a câmera MICAS – que foi reprogramada e passou a ser usada na orientação espacial do dispositivo.

Mesmo com diversos problemas apresentados nos recursos em testes, a sonda foi responsável por capturar as melhores fotos já feitas de um cometa em sua proximidade

Os cientistas desenvolvem uma nova maneira de operar a espaçonave do Deep Space 1 após o fracasso potencialmente fatal de seu rastreador estelar. O software é enviado por rádio para a sonda usando a câmera a bordo para servir como uma ferramenta de navegação de substituição. A operação marca um dos resgates de espaço robótico de maior sucesso na história da exploração espacial

Assim, o escolhido para a aproximação foi outro cometa, o 19P/Borrelly, e no mês de setembro de 2001 a Deep Space 1 se aproximou do corpo celeste, usando suas ferramentas tecnológicas para coletar dados importantes sobre o cometa e seu núcleo rochoso e gelado. Mesmo com diversos problemas apresentados nos recursos em testes, a sonda foi responsável por capturar as melhores fotos já feitas de um cometa em sua proximidade.

aFoto do cometa 19P/Borrelly tirada pela Deep Space 1

O encerramento da missão

Ainda houve tentativas posteriores, em 2002, de retomar o contato com a sonda, mas não foram bem-sucedidas

Pouco depois de ter realizado todos os testes possíveis e ter registrado dados e imagens do cometa 19P/Borrely, a Deep Space 1 rumava para o seu desligamento. Isso aconteceu no dia 18 de dezembro de 2001, com a NASA cortando os motores da sonda e as transmissões via rádio, encerrando a missão que durou pouco mais de três anos.

A missão, que custou à NASA cerca de US$ 152 milhões na época, foi responsável pelo amadurecimento de uma quantidade enorme de tecnologias que colaboraram com o desenvolvimento da exploração espacial na entrada do século XXI. Ainda houve tentativas posteriores, em 2002, de retomar o contato com a sonda, mas não foram bem-sucedidas.

Vinte anos depois, a ciência ainda se beneficia com os testes realizados pela Deep Space 1 e muito ainda há por vir nessa nossa aventura em descobrir os mistérios do espaço.

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