Sampa: cientistas brasileiros estão criando chip de R$ 1 milhão para o LHC

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Construído para desvendar os segredos da criação do universo, o Grande Colisor de Hádrons – ou LHC, para os mais íntimos – está muito perto de ganhar reforços tupiniquins para seus experimentos em escala subatômica. Isso porque cientistas da Universidade de São Paulo (USP) estão finalizando o novo projeto do chip Sampa. O equipamento desenvolvido aqui no Brasil deve ter a sua terceira versão entregue ao CERN no início de 2017, bem a tempo de fazer parte de um dos testes agendados para o colisor de partículas.

O circuito integrado de apenas 9,6 milímetros de largura e 9 milímetros de profundidade será utilizado em um dos principais detectores do LHC, chamado Alice. Esse experimento específico faz com que íons de chumbo se choquem em altíssima velocidade para que seja possível estudar seu resíduo: plasma de quarks e glúons. “A ideia é reproduzir em laboratório um novo estado da matéria que teria existido poucos microssegundos após a grande explosão ou Big Bang" explicou o professor Marcelo Gameiro Munhoz ao site Inovação Tecnológica.

Essa é a aparência atual do Sampa (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Segundo ele, essa nova edição do hardware traz melhorias consideráveis em relação ao equipamento lançado em 2014, incluindo a adição de dezenas de canais de leitura – o que deve aumentar, e muito, a capacidade de transmissão de dados do chip. Para levar essa tarefa adiante e registrar com mais precisão o momento exato do impacto, os engenheiros do Instituto de Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli) da USP estão refinando o projeto – que tem um valor estimado de R$ 1 milhão – nos laboratórios da USP, Unicamp e FEI.

Todo esse cuidado existe para garantir que o dispositivo ofereça uma solução perfeita para as necessidades do CERN com seu colisor de partículas. "Mesmo sendo mais completo, o chip atual poderá passar ainda por mais algumas transformações. O equipamento ainda será testado até a sua conclusão e certamente serão necessários pequenos ajustes," alertou o pesquisador. Ao todo, a equipe deve produzir cerca de 80 mil unidades do Sampa apenas para o LHC, com outras 10 mil podendo ser fabricadas para uso em centros de pesquisa nos EUA.

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