Carros com piloto automático já são realidade e fazem até manobras para você

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Para muitas pessoas, carros capazes de dirigir a si mesmos não passam de algo pertencente à ficção científica ou aos laboratórios de grandes empresas. Porém, se depender das montadoras, não vai demorar muito para chegar o dia em que você não terá mais que se preocupar com tarefas como ultrapassar outros automóveis ou realizar manobras para estacionar em uma vaga apertada.

“Eu penso que dentro de 10 a 15 anos, podemos viver em um novo mundo”, afirma Werner Huber, responsável pelo desenvolvimento de sistemas avançados de assistência a motoristas da BMW. O profissional não se arrisca a prever exatamente como serão os carros do futuro, mas está certo de que será preciso cada vez menos interações humanas para controlá-los.

Huber e outros executivos de montadoras europeias afirmam que as tecnologias que tornam motoristas praticamente desnecessários estão muito próximas de se tornar padrão na indústria. Elas vão passar a fazer parte dos automóveis aos poucos, primeiro como itens de luxo e em seguida como algo exigido por governos – mesmo caminho seguido por acessórios como o airbag, por exemplo.

Tecnologias do futuro disponíveis agora

Compradores de alguns modelos de luxo desenvolvidos na Europa já podem adquirir algumas funções extras que aumentam sua segurança e comodidade. Quem compra uma BMW 535i xDrive nos Estados Unidos pode gastar US$ 1.350 adicionais para incluir um “pacote de assistência ao motorista”, cujos itens incluem radares capazes de detectar veículos localizados nos pontos cegos do motorista.

(Fonte da imagem: BMW)

Por outros US$ 2.600, a montadora instala um sistema de visão noturna que alerta sobre a presença de pedestres no caminho. Outras empresas também trabalham com a inclusão de lasers, câmeras e outros sensores que praticamente fazem um automóvel dirigir a si próprio – nesse caso, os custos são bastante elevados, chegando a passar de US$ 200 mil.

Os valores elevados estão levando desenvolvedoras a utilizar de forma gradual as novas tecnologias que estendem as funções de um carro. Entre os recursos já encontrados como padrão, especialmente em produtos mais caros, estão sistemas de Cruise Control avançados que acionam automaticamente freios em caso de congestionamentos.

A BMW pretende levar essa opção a um novo nível na série de automóveis elétricos i3, capazes não só de frear como de acelerar e realizar manobras automaticamente. Para isso, basta o motorista manter ao menos uma mão segurando o volante.

Mudando as regras

Segundo a companhia de pesquisas ABI Research, o mercado de sistemas avançados de assistência valia US$ 10 bilhões em 2011. Até 2016, a previsão é que esse número supere os US$ 130 bilhões devido ao crescimento espantoso esperado para o segmento.

(Fonte da imagem: Wired)

Embora a implementação das novas tecnologias de forma gradual tenha sido a estratégia adotada pela maior parte da indústria automobilística, há quem acredite que tal método pode alcançar seu limite em poucos anos. Stefan Solyom, engenheiro da Volvo, pensa que a indústria terá que realizar uma mudança de rumo radical se quiser introduzir veículos realmente autossuficientes.

Carros totalmente automáticos devem não só diminuir a ocorrência de acidentes, como também podem liberar motoristas para realizar outras atividades. Ao não ter mais que precisar prestar atenção no trânsito, uma pessoa poderia dedicar o tempo que leva para chegar ao trabalho para assistir ao noticiário ou continuar a leitura de um livro, por exemplo.

Problemas a superar

Entre os obstáculos enfrentados pela tecnologia está a legislação de muitos países, que tornam indispensável a presença de um humano no controle de qualquer veículo motorizado. Outro problema está relacionado à ocorrência de acidentes, já que não será tão fácil determinar se é o motorista ou a montadora o verdadeiro responsável por eventuais problemas.

A última dificuldade enfrentada pelas empresas serão os próprios consumidores. Conforme as máquinas tomam o controle para si próprias, será preciso convencer as pessoas de que os novos mecanismos são realmente confiáveis e seguros – processo desafiador que envolverá mudar mentalidades e hábitos de consumo muito bem estabelecidos.

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