Ouvindo cores: a impressionante história do primeiro ciborgue do mundo

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Quem olha para a figura de Neil Harbisson, 29 anos, corpo magro e esguio, vestindo calça amarela e blusa azul, não imagina o quão importante é a revolução causada por este músico britânico, que foi capaz de, literalmente, colocar mais cor em sua vida apenas utilizando a tecnologia.

Tendo nascido com uma deficiência na visão, Harbisson descobriu ainda na infância que não era capaz de enxergar cores, apenas conseguia distinguir preto e branco, além de tons de cinza. Apesar da limitação, ele não se intimidou e decidiu cursar artes visuais.

Mudando o jeito de olhar

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Foi em uma palestra que ele decidiu mudar a sua vida por completo. Ele viu que os aparatos tecnológicos poderiam ser um complemento para o seu cotidiano e, utilizando uma escala cromática, associou um tom para cada cor. Assim, ao exibir uma imagem diante de uma câmera, um nota musical indica qual é a cor respectiva.

Pode parecer simples memorizar algumas cores, mas Harbisson consegue ouvir um espectro de nada menos que 366 cores, formando uma verdadeira sinfonia em sua mente. O equipamento inicial, desenvolvido ainda em 2004, pesava cerca de 5 quilos. Hoje, felizmente, foi reduzido a poucos gramas.

Tornando-se um ciborgue

Neil Harbisson é oficialmente o primeiro ciborgue do mundo. Ele conseguiu esse direito quando precisou tirar o seu passaporte. Graças ao dispositivo, Harbisson anda 24 horas com uma pequena microcâmera na cabeça. É ela quem captura as imagens e as transforma em sinais de áudio.

Contudo, fotos de documentos oficiais não podem exibir acessórios ou aparatos tecnológicos e ele precisou de uma decisão judicial para justificar seu uso em imagens oficiais. A partir de então ele se tornou o primeiro ciborgue reconhecido no planeta.

Pelo direito dos ciborgues

(Fonte da imagem: Campus Party)

Depois da sua bem-sucedida experiência, Harbisson decidiu lutar para ajudar outras pessoas com algum tipo de deficiência a se tornarem plenamente recuperadas e socialmente aceitas em função do uso de aparatos eletrônicos. Nascia a Cyborg Foundation.

A entidade tem como propósito estender os sentidos e as habilidades humanas a partir do uso de dispositivos cibernéticos no corpo. Além disso, promove a causa dos ciborgues em eventos culturais e defende os seus direitos junto a órgãos governamentais. Entre os projetos atuais estão o uso de olhos, ouvidos, narizes e dedos cibernéticos.

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