HDMI, VGA, DVI, DisplayPort, Componente ou RCA: qual cabo é o melhor?

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A compra de equipamentos para que você se divirta jogando ou assistindo a filmes nunca é uma tarefa fácil. Isso porque existe uma série de variáveis e especificações para cada eletrônico, seja ele um monitor, uma televisão, um console, um computador, um player de DVD ou Blu-ray, entre outros.

É essencial pesquisar um bocado para não acabar gastando dinheiro com um aparato que não suporte ou não seja compatível com outro, afinal alguns deles trabalham juntos para garantir o seu entretenimento.

Entre esses aspectos, a escolha do cabo a ser utilizado é parte importante do processo de decisão de aquisição — em especial para aqueles que querem a melhor experiência visual possível. Pensando nisso, resolvemos comparar os tipos de cabos mais comuns no mercado para saber qual deles possui o melhor desempenho, na medida do possível dentro das suas limitações.

Os “competidores”

Se você olhar na parte traseira ou lateral da sua televisão ou monitor, vai perceber que ele possui vários tipos de entradas. Por isso, antes de nos aprofundarmos na nossa comparação, é importante que você tenha bem claro na sua cabeça o que é e quais são as características de cada cabo analisado.

Neste infográfico, nós trouxemos algumas das serventias para determinadas tecnologias de transmissão de dados. Abaixo, você confere informações referentes aos cabos estudados neste artigo.

  • RCA: também conhecido como vídeo composto, este modelo é o mais básico que você consegue utilizar atualmente. Essa popular nomenclatura é, na verdade, uma sigla para “Radio Corporation of America”, nome da empresa que desenvolveu esses conectores na década de 40. Geralmente, esse cabo é composto de três pontas com cores distintas: vermelha, branca e amarela — sendo que duas delas são responsáveis pelo transporte de dados de áudio e a outra, de imagem.
  • Vídeo componente: assim como o RCA, este cabo é baseado na transmissão analógica de informações e se destaca por sua flexibilidade, podendo ser usado em inúmeros modelos de players de DVD, video games, videocassetes e vários outros eletrônicos. A diferença do vídeo componente para o composto é que ele separa o sinal de vídeos em três (dois para cores e um para luminância), ou seja, normalmente existem cinco conectores. Grosso modo, este modelo foi a primeira evolução do RCA.
  • VGA: sigla para “Video Graphics Array”, o VGA é um padrão gráfico criado pela IBM no final dos anos 80. Talvez até mesmo pela sua origem, essa tecnologia foi amplamente difundida entre os computadores, sendo até hoje um dos formatos mais usados de conectar o PC ao monitor. Contudo, você encontra com certa facilidade entradas compatíveis com o seu conector (que na verdade é chamado de D-SUB) em televisores.
  • DVI: disponibilizada no mercado a partir de 1999, esta interface de vídeo, que vem do inglês “Digital Visual Interface”, foi projetada por um conglomerado de companhias denominado Digital Display Working Group (DDWG). Ela foi a primeira conexão totalmente digital a se popularizar, tendo como objetivo melhorar a qualidade na transmissão de imagens. Esse cabo conta com alguns padrões, entre eles o DVI-D e o DVI-I (ambos com as variações single link e dual link).
  • HDMI: acrônimo de “High-Definition Multimedia Interface”, esse tipo de conexão foi lançado em 2003 e ganhou espaço no mercado muito rapidamente por conseguir transmitir dados de áudio e vídeo em alta resolução simultaneamente por um único cabo. Atualmente, esta é a tecnologia do “momento” para transmitir games e filmes.
  • DisplayPort: sendo considerado o grande concorrente do HDMI, este padrão digital foi desenvolvido em 2006 pelo consórcio de empresas Video Electronics Standards Association (VESA). No ano de 2008, a tecnologia recebeu uma atualização e passou a suportar a resolução máxima de 2560x1600 pixels para cabos de até 3 metros. Contudo, já existem projetos para ampliar tal compatibilidade, chegando à qualidade 4K (3840x2160 pixels).

Metodologia

Como você deve ter percebido, a variedade de cabos selecionados para essa comparação é grande, sendo que alguns deles são “exclusivos” para um determinado segmento de eletrônico. Por isso, resolvemos dividir a análise com reproduções em um video game e em um computador.

A máquina utilizada é composta de um processador Intel i7-4770, 16 GB de memória RAM, 1 TB de armazenamento (sendo 2 discos de 500 GB em RAID0) e placa de vídeo Geforce GTX980. Nela, foram testadas as conexões VGA, DVI e HDMI em um monitor LG Flatron E2250V-PN e DisplayPort no modelo Philips Brilliance 272G5DYEB.

É preciso deixar o registro de que fomos obrigados a testar o DisplayPort em um monitor específico pois a tecnologia ainda não está amplamente difundida e os aparelhos compatíveis com ela acabam deixando de lado outros padrões, inviabilizando os experimentos de todas as entradas em um único dispositivo.

Por sua vez, usamos um PlayStation 3 para testar os cabos HDMI, Componente e RCA em uma televisão LG 47LM6700 LCD LED de 47 polegadas. Os conteúdos reproduzidos foram o game Rayman Legends (versão demo no console da Sony) e o filme “Jogos Vorazes: Em Chamas”, executado a partir do serviço Netflix com qualidade HD.

O registro das imagens transmitidas pelas interfaces de vídeo em análise foi baseado em fotografias feitas com uma câmera Canon 7D fixa em tripé — técnica básica conhecida como “off screen”. Além disso, todas as capturas foram efetuadas no mesmo ambiente e com a mesma iluminação. Não pudemos usar placas de captura para isso porque cada TV ou monitor processa o sinal de imagem de maneira diferente, ou seja, o conteúdo de saída é incompatível com a forma de operação de dispositivos para capturas digitais.

Observações relevantes

Por fim, antes de apresentarmos as comparações propriamente ditas, é relevante tecermos algumas observações. A primeira delas é a existência de algumas variáveis que podem afetar a qualidade das fotos e que não podem ser controladas, começando pelo fato de que fotografar diretamente uma fonte luminosa (como são as telas de LED dos monitores e TVs) não é indicado devido à instabilidade e intermitência na emissão das luzes.

Essa luminosidade acaba interferindo no desempenho de captura da câmera em relação ao valor de exposição. Como você poderá observar nas galerias de fotografias abaixo (as quais representam recortes das fotos originais ampliadas em 100%), em alguns casos, como do HDMI no PS3 e do DisplayPort no PC, a imagem passa a sensação de as cores serem muito mais fortes. Contudo, na realidade, essa diferença não é tanta. Portanto, pedimos a gentileza de desconsiderar tais variações de tons ao comparar as capturas.

Além disso, há diferenças na forma como os dados são transferidos pelos cabos baseados em tecnologias analógicas e conectores que usam apenas meios digitais para compartilhar informações. Como se isso não bastasse, como já mencionamos, diferentes modelos de televisão ou monitor possuem processos de adaptação de imagens específicos.

Isso significa que, na prática, um determinado conteúdo pode apresentar resultados discrepantes em modelos de tela distintos, mesmo que o filme, vídeo ou jogo seja executado em um mesmo aparelho e usando um único cabo. Assim, é fundamental deixarmos bem claro que a ideia deste artigo não é ser uma regra absoluta, mas servir como uma guia e orientar você a fazer uma análise na hora de decidir por qual padrão adotar.

Resultados

PlayStation 3 na TV

Durante a reprodução tanto do filme quanto do game no PlayStation 3 conectado à televisão, pudemos perceber que os cabos HDMI e Componente apresentaram qualidades muito próximas em relação a definição — o que se deve ao fato de ambos suportarem a resolução de 1080p, qualidade nativa do Rayman Legend, por exemplo.

Em relação à gama de cores, prestando muita atenção, foi possível observar que a tecnologia HDMI proporciona tonalidades levemente mais “vivas” se comparada à Componente. Contudo, essa diferença é tão sutil que não deve influenciar significativamente a experiência final ao assistir um longa-metragem ou passar horas jogando. A maior vantagem do HDMI fica por conta mesmo é do menor número de cabos.

Por sua vez, e como era de se esperar, o cabo RCA foi aquele que apresentou a pior qualidade de imagem. A baixa definição e as cores demasiadamente “lavadas” destoam completamente do resultado exibido pelas demais tecnologias, sem falar no fato de tons mais claros “estourarem” com facilidade. Em suma, no RCA tudo parece mais borrado e sem vida.

Na verdade, todos esses problemas são compreensíveis, já que esse modelo é muito mais antigo que os outros. Assim, ele não é indicado para quem procura por qualidade na hora do  entretenimento.

PC no monitor

Se nos testes mencionados acima as diferenças foram poucas, os experimentos com o computador ligado ao monitor produziram percepções de melhorias ainda menores entre um cabo e outro. Aqui, todos os modelos suportam, em teoria e dependo dos componentes envolvidos (como a placa de vídeo do PC e o display adotado), reproduzir conteúdos em 1080p.

No tocante a definição de imagem, o único modelo em que pudemos observar uma leve discrepância foi o VGA — mas também nada que seja muito representativo. As cores reproduzidas por todos os cabos também demonstraram grandes similaridades, sendo difícil apontar um que tenha obtido diferenças “gritantes”.

Indo direto ao ponto, na hora de decidir por qual cabo optar, o ideal é levar em consideração características menos aparentes. Um exemplo disso é o fato de DisplayPort, HDMI e DVI transmitirem sinais de maneira digital. Outro ponto a ser levado em consideração é que DiplayPort e HDMI enviam imagens e áudios por uma única via, o que pode ser mais cômodo e prático para quem não gosta de cabos espalhados por todos os lados na estante ou na mesa.

O potencial de transferência de dados pode ser algo relevante a ser considerado. Enquanto um cabo HDMI 2.0 é capaz de encaminhar informações a 18 Gbit/s, um modelo DisplayPort 1.3 pode fazer isso a 32,4 Gbit/s. Na prática, isso pode impactar em cenas que elementos se movem em alta velocidade, como jogos de corrida ou esporte e filmes de ação.

Por fim, resolução máxima é outro fator que pode ser colocado na lista de comparação. Se o HDMI chega a 4096x2160 pixels, o DisplayPort alcança a qualidade de 7680x4320 pixels. Devemos reforçar apenas que para os conteúdos convencionais disponíveis hoje em dia, tais suportes podem não fazer tanta diferença, já que os padrões médios de qualidade são bem inferiores a tais diretrizes.

Optando por um cabo que transfira dados com maior velocidade e tenha a capacidade de exibir imagens com maior resolução, você vai estar basicamente “pensando no futuro” e garantindo que obterá a melhor experiência audiovisual possível com as evoluções graduais de qualidade liberadas pelas indústrias cinematográfica e de jogos.

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