Quantum Break na BGS: experiência é cinematográfica e evolui o bullet-time

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O portfólio de 2015 está recheado de candidatos a Game of the Year, e 2016 não será diferente. Neste ano, nomes como The Witcher 3: Wild Hunt, Metal Gear Solid 5: The Phantom Pain, Fallout 4, Batman: Arkham Knight, entre outros, impactaram positivamente na vida de cada jogador. Sem falar no line-up que está vindo por aí até o encerramento da temporada: Rise of the Tomb Raider, Halo 5: Guardians, Just Cause 3.

Quantum Break estaria nesse rol se não tivesse sido adiado para o ano que vem. Mas a causa se justifica pelo polimento que o game da Remedy está recebendo, uma desenvolvedora nitidamente perfeccionista, claramente detalhista e surpreendentemente moderna, ainda que esteja no mercado há duas décadas.

A apresentação que o TecMundo Games conferiu a portas fechadas mostrou um jogo de ação maduro, robusto e que bebe das próprias fórmulas, estabelecidas por Max Payne e Alan Wake lá atrás, numa indústria já saturada por tiros e tripas esvoaçantes. Será que é possível evoluir a batida receita do bullet-time (a cobiçada ação em câmera lenta) e elevar o gênero a outro patamar? No que depender da densidade cinematográfica de Quantum Break, sim, sem absoluta dúvida é.

A mistura entre jogo e live-action é simplesmente genial

Seguindo as diretrizes estabelecidas por ela própria, a Remedy utiliza, novamente, atores reais para dar vida aos personagens de Quantum Break. Para quem não se lembra, Sam Lake, diretor-criativo do estúdio, emprestou sua aparência para o primeiro Max Payne. Alan Wake, por sua vez, ganhou uma websérie que complementou os eventos do game e dos DLCs.

Agora, é a vez de Quantum Break adotar a mesma metodologia, só que, naturalmente, evoluída. A ideia do jogo é trabalhar com mídias cruzadas que se complementam. O protagonismo, por exemplo, é dividido entre os atores Shawn Ashmore, de “X-Men”, e Dominic Monaghan, de “O Senhor dos Anéis”. O vilão principal está a cargo do artista Aidan Gillen, da série “Game of Thrones”.

O trabalho de captura facial está fenomenal. O jogo transmite estética de filme, e os atores se encaixam com total naturalidade nos papéis. Há ações baseadas em escolhas, que podem desencadear diferentes eventos e, assim, diferentes cenas em live-action exibidas ao jogador.

A “jornada do herói”

Durante a apresentação, os produtores Thomas Puha e Lisa Humphries, da Remedy, discorreram os principais aspectos do gameplay de Quantum Break, que tem a ambiciosa proposta de colocar o jogador em controle total do tempo. “Tempo é o seu poder”, eis o lema do game.

Em cima dessa premissa, o jogador se depara com fragmentos temporais que alteram todo o curso de uma ação. A demo começa numa fábrica em que o protagonista deve enfrentar um exército de inimigos. O primeiro aspecto notável é a fluidez da ação. Ao interromper o tempo, há um “lapso” que permite ao personagem andar pelo limbo e, assim, tirar vantagem de determinadas situações.

No tiroteio, por exemplo, os inimigos ficam paralisados enquanto o herói flanqueia e desarma todos eles. Quando tudo volta ao normal, eles não fazem ideia do que aconteceu. A essa altura, o protagonista já está executando uma série de golpes que mesclam socos e voadoras enquanto os oponentes observam, surpresos, como aquilo foi parar ali. Nesse contexto, é possível movimentar objetos inteiros – que podem ser gigantes, como contêineres ou concretos – para encaixá-los em determinados pontos que, após despausados, desencadeiam ações lindas aos nossos olhos.

Por falar em herói, Quantum Break usa a boa e velha bandeira da “jornada do herói”, em que o personagem principal é dotado de um superpoder e deve salvar uma mocinha (ou mocinhas)  de uma corporação megalomaníaca ao mesmo tempo em que deflagra uma enorme conspiração – na qual ele está no centro dos holofotes.

Single-player com forte fator replay e desfechos diferentes

A equipe trabalhou com centenas de horas de filmagens para entregar os diversos desdobramentos resultantes das escolhas do jogador. Na apresentação, fomos agraciados com um belo exemplo de como a mecânica funciona.

Os produtores Lisa Humphries e Thomas Puha, da Remedy

Ao concluir um episódio, por exemplo, o jogador terá tomado determinadas decisões que vão interferir diretamente no desenrolar da trama – e no filme ao qual você vai assistir. E isso significa exibições diferentes? Sim, exatamente. Por mais impressionante que seja, cada desfecho trará uma cena diferente em live-action.

Isso, de acordo com Thomas, traz um forte aspecto para o replay e permite que os jogadores explorem outras possibilidades. “É a história do nascimento de um herói. Seguimos aquilo que estabelecemos em Max Payne e Alan Wake. Queríamos evoluir [a mecânica de misturar cenas de filme com jogo] e estamos trabalhando nisso”, contou o produtor ao TecMundo Games.

Herói poderoso demais? E os outros, têm esse poder de controlar o tempo?

Um dos temores da equipe foi passar a impressão de que o personagem principal é “poderoso demais”. Na demo apresentada, por exemplo, o protagonista acaba com todos os inimigos com aparente facilidade, uma vez que o controle do tempo dá absoluto poder para que o herói se desloque pelo cenário e mude o curso de diversas coisas.

Mas Thomas garantiu que o time está trabalhando para balancear esse aspecto e que o resultado trará um game equilibrado. “Fiquem tranquilos, estamos trabalhando nisso [equilíbrio da dificuldade]. Ainda não podemos falar muito sobre outros que tenham esse poder, mas vocês vão descobrir”, insinuou.

Grandes chances de chegar em português brasileiro!

A pergunta que não poderia faltar foi lançada aos produtores pelo TecMundo Games: Quantum Break virá no nosso idioma? “Essa é uma ótima pergunta”, interferiu Thomas. “Estamos verificando todos esses detalhes da logística para informar vocês em breve. Mas podem esperar boas notícias, nossa equipe está focada nisso”, esclareceu Lisa.

Quando sinalizamos que ao menos os textos poderiam vir em português brasileiro, a resposta foi um “quase sim” cambaleante com a cabeça e um sorriso de orelha a orelha. Precisamente a resposta que queríamos saber.

Quantum Break tem um altíssimo valor de produção, parece agregar as melhores mecânicas de ação implementadas até aqui – com muitas fórmulas da própria Remedy – e promete trazer uma história densa, rica, com estética moderna e elenco que se encaixa como luva.

Eis o melhor exclusivo do Xbox One acenando de longe – não tão longe assim, abril de 2016 está logo aí.

Quais são suas expectativas para Quantum Break, que está com generosa apresentação na BGS 2015? Comente no Fórum do Baixaki Jogos.

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