Review: ASUS GeForce GTX 950

12 min de leitura
Imagem de: Review: ASUS GeForce GTX 950

Já faz quase um ano que a NVIDIA lançou o chip GTX 950 como solução gráfica para jogadores que buscam economizar e ainda obter boa qualidade visual nos principais games.

No ano passado, nós testamos alguns modelos equipados com o componente e ficamos surpresos com as capacidades apresentadas, sendo que, em condições máximas, alguns modelos chegavam muito próximo dos resultados da GTX 960.

Entretanto, até agora, ainda não havíamos colocado nossas mãos na versão da ASUS. A marca, que é conhecida por seus produtos ROG, investe também em dispositivos mais básicos, como é o caso da GTX 950 de 2 GB, com acabamento na cor branca. Esta placa vem como uma alternativa para quem não está disposto a investir tanto na versão Strix.

Considerando que já testamos algumas placas mais robustas que precisavam de alimentação, ficamos bastante curiosos para ver o desempenho desta versão que não necessita de energia extra. Será que ela dá conta do recado?

Como de costume, nós fizemos muitas verificações com aplicativos de benchmark e jogos dos mais variados tipos e, claro, medições para averiguar a temperatura. Acompanhe nossa análise para conferir todas as qualidades do produto.

Especificações

Design compacto

A ASUS é reconhecidamente uma das fabricantes que mais apostam na questão do design de seus produtos, algo que se faz evidente novamente nesta placa de vídeo. A ASUS GTX 950 de 2 GB é pequena, traz duas ventoinhas e detalhes visuais que entregam simplicidade, mas sem deixar de impressionar na combinação.

Curiosamente, ao contrário do que poderíamos prever para um produto de entrada, a carcaça que reveste o dissipador e acomoda as ventoinhas é de metal. O material é bastante leve e vem com uma pintura brilhante que proporciona visual elegante e chamativo.

Essa parte externa foi projetada para entregar melhorias no arrefecimento, uma vez que conta com bastante espaço para circulação do ar, sem deixar de lado a parte estética. Ela fica um bocado elevada, deixando espaço para visualizarmos o dissipador e outros componentes. Apesar de isso ajudar na refrigeração, não é algo que agrega na proteção das peças.

Tanto em cima quanto nas laterais da carcaça, podemos perceber que a ASUS apostou na inclusão de alguns frisos e entradas que facilitam o fluxo do ar. O design ficou muito moderno e ainda funcional. Uma pena que a carcaça não seja muito bem fixada, algo que pode permitir a mobilidade da peça e acabar gerando problemas posteriores.

Diferente da maioria dos produtos similares, a ASUS apostou aqui nas cores branca, cinza e azul para a carcaça. O chassi da placa é na cor preta, o que funciona muito bem na composição. Por se tratar de uma placa básica, ela não vem com backplate.

As ventoinhas na cor cinza com o logotipo da ASUS no meio são bastante interessantes, já que ficam dispostas simetricamente e garantem o bom funcionamento do produto. Esta placa já vem preparada para qualquer monitor, pois conta com os padrões DVI, HDMI e DisplayPort (uma porta de cada tipo). Um ótimo trabalho da fabricante!

Maxwell GM206

Assim como a GeForce GTX 960, as placas que contam com o chip NVIDIA GeForce GTX 950 trazem a arquitetura GM206. Diferente de tecnologias focadas em poder bruto de processamento, a Maxwell foi criada para oferecer o melhor desempenho gráfico e energético.

Cada um dos processadores de stream (SMM) é dividido em quatro blocos de processamento independentes, sendo que cada bloco tem 32 núcleos CUDA, o que totaliza 128 núcleos por SMM. Os blocos de processamento possuem mecanismos próprios de agendamento de instruções, o que permite que os núcleos sejam aproveitados de forma inteligente pelo sistema. Isso melhora bastante a eficiência do trabalho e diminui o desperdício de energia.

O sistema de cache da Maxwell também é mais eficiente que o da Kepler (geração anterior de componentes da NVIDIA). Agora, as unidades de processamento possuem 96 KB de memória compartilhada, enquanto as funções de cache L1/textura são combinadas em um conjunto de 24 KB de memória por par de blocos de processamento (48 KB por SMM).

Para simplificar: o Maxwell pode apresentar até 1,4x mais desempenho por núcleo que o Kepler. Além disso, ele também consegue apresentar 2x mais desempenho por watt.

DirectX 12

A grande novidade dos games de PC para o final deste ano é o DirectX 12. A nova API gráfica da Microsoft promete um salto em termos de desempenho e aproveitamento dos recursos do sistema, e a GeForce GTX 950 já conta com suporte total a essa tecnologia, mesmo que ainda tenhamos poucos jogos comerciais disponíveis para testes.

Apesar de a maioria das GPUs modernas da NVIDIA já ser compatível com o DX12, a série GM200 conta com recursos do DX12.1, como o Volume Tiled Resources, que ajuda os desenvolvedores a criarem gráficos mais detalhados com um consumo muito menor de memória.

Efeitos como fluidos, fumaça e fogo agora podem ser desenvolvidos de forma mais eficiente que antes, consumindo muito menos recursos do sistema. É claro que o desempenho do chip GTX 950 não deve ser estrondoso como o que podemos ver em produtos mais robustos, mas certamente o acesso direto ao hardware vai ajudar na performance.

DSR – Dynamic Super Resolution

A super-resolução dinâmica não é exatamente uma novidade. Existem diversas ferramentas não oficiais que podem fazer downsampling nas imagens, mas nada se iguala ao suporte oficial por parte do fabricante.

O que o DSR pode fazer é aumentar a qualidade visual. Para entender como ele funciona, pense em um monitor Full HD. Agora, visualize uma imagem em resolução inferior à do monitor. Para preencher toda a tela, ela precisa ser esticada, deixando as imperfeições mais aparentes.

O downsampling faz o processo inverso, ou seja, ele espreme uma imagem grande para que ela possa ser exibida em um monitor com resolução menor que a dela, eliminando quase completamente as imperfeições. Isso é especialmente útil para quem pretende rodar jogos com qualidade 4K em monitores Full HD.

A compatibilidade é garantida pelo GeForce Experience, que configura os títulos e todos os detalhes para que você não precise se preocupar com nada. Basta selecionar o game desejado e mudar a resolução. A ASUS GTX X 950 pode ser interessante para tal tecnologia, pois pode prover gráficos Full HD (1080p) para telas HD (720p).

MFAA

O MSAA ou Multi Sampling Anti-aliasing é o método antisserrilhados mais comum hoje em dia. Essa técnica oferece um ótimo resultado visual, mas pode pesar um pouco em resoluções mais altas — principalmente em um hardware menos potente.

A fim de tentar resolver um pouco essa situação, a NVIDIA está trazendo o MFAA, que pode oferecer a mesma qualidade visual do MSAA, mas não pesa tanto na hora do processamento. Para fazer isso, o sistema aplica dois tipos de AA na imagem. Em seguida, eles são mesclados para garantir um efeito próximo ao do MSAA, mas com uma penalidade menor no desempenho.

Outros recursos NVIDIA

Essa placa de vídeo também possui outros recursos exclusivos desenvolvidos pela NVIDIA. Entre eles está o PhysX, um sistema que realiza os cálculos de física para ofercer aos jogos efeitos mais realistas. Roupas, partículas e iluminação podem ficar muito mais detalhadas com o PhysX ativado.

Junto dele estão recursos avançados de anti-aliasing, como o FXAA e o TXAA, capazes de garantir uma ótima qualidade visual sem comprometer muito o desempenho do sistema como um todo. O Adaptive V-Sync sincroniza as imagens com a frequência da tela para garantir a fluidez nas animações sempre que a placa tiver poder de sobra. O efeito é ativado e desativado em tempo real para gerar um bom equilíbrio entre desempenho e qualidade visual.

Já o GPU Boost é uma tecnologia que pode aumentar o clock do processador gráfico em tempo real, oferecendo mais poder de fogo enquanto a temperatura máxima do chip não for atingida.

Testes de desempenho

Como de costume, para conferir o desempenho da placa de vídeo em situações práticas, nós realizamos uma série de testes que você possivelmente faria em seu computador.

Os testes são divididos em duas etapas: jogos e benchmarks sintéticos. Em geral, nós usamos configurações de vídeo em nível máximo (Ultra ou Very High), incluindo filtros e com V-Sync desativado.

A ASUS GTX 950, no entanto, não é exatamente uma placa programada para tal perfil de jogos. Assim, alguns títulos analisados tiveram suas configurações reduzidas para o Mínimo (Low ou Very Low).  Em geral, a quantidade limitada de memória RAM acaba impedindo de usar parâmetros elevados.

Máquina de testes

  • Sistema: Windows 10 Pro
  • CPU: Intel Core i7-6700K
  • Placa-mãe: GIGABYTE Z170-X Gaming G1
  • Memória: 16 GB RAM Corsair DDR4 2133
  • SSD: Intel 540 Series 480 GB
  • Fonte: Corsair RM1000

Jogos

Batman: Arkham Knight – 1080p – Mínimo – Sem filtros

O mais recente jogo da franquia do Homem-Morcego abusa do poder do chip gráfico, colocando o componente de vídeo sob grande estresse e testando a máquina com vários filtros e efeitos.

Como você pode conferir acima, a ASUS GTX 950 apresenta desempenho bem apertado na resolução Full HD. Neste game, ela marcou uma média próxima de 60 frames por segundo, mas é bom lembrar que definimos as configurações para o nível mínimo e desativamos os filtros.

F1 2015

Com o amadurecimento da série F1, a Codemasters conseguiu polir os gráficos do mais novo título, garantindo bom aproveitamento dos recursos de hardware e entregando visuais estonteantes com o DirectX 11.

Todos sabem que o jogo F1 2015 não é muito pesado, sendo um título bem adequado para ser aproveitado com alta qualidade até em placas mais simples. Prova disso é que a ASUS GTX 950 rodou o jogo em Full HD com tudo no máximo e manteve a boa média de quase 50 frames por segundo.

Grand Theft Auto V – 1080p – Mínimo – Sem filtros

Um dos mais famosos jogos da atualidade é também um dos mais exigentes. O GTA V conta com uma quantidade absurda de detalhes que colocam muitas placas de vídeo robustas sob grande estresse. Até mesmo a GTX 980 pode apresentar algumas quedas de desempenho.

O resultado do Grand Theft Auto V foi satisfatório: a ASUS GTX 950 marcou incríveis 60 frames por segundo. Todavia, é importante notar novamente que a qualidade gráfica estava no nível mínimo. Além disso, vale lembrar que o número acima é uma média, mas chegamos a presenciar ocasiões em que a performance ficou próxima de 25 fps.

GRID Autosport

O mais recente título da série GRID não é tão exigente como determinados jogos de corrida, porém ele conta com um benchmark bem longo que permite analisar perfeitamente a capacidade da placa de vídeo.

O desempenho deste jogo é exemplar, algo que já percebemos em outras reviews. As taxas máximas e mínimas geralmente ficam próximas da média, algo que se repete com a ASUS GTX 950. A placa em questão conseguiu rodar o jogo muito bem, entregando performance (com gráficos no nível mais elevado) próxima de 60 fps.

Hitman Absolution

Apesar de ser um jogo de 2013, Hitman: Absolution ainda serve perfeitamente para verificações com tecnologias mais recentes, já que sua engine abusa do poder de processamento e trabalha com o DirectX 11.

Os resultados são frutos do benchmark próprio do game. A ASUS GTX 950 se mostrou incapaz de rodar o jogo adequadamente na configuração máxima. Ela manteve média de 25 frames por segundo, com taxas mínimas próximas de 20 fps. Em qualidade intermediária e sem filtros, é possível conseguir resultados melhores, perto de 40 fps de média.

Metro: Last Light Redux

Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é uma excelente prova de fogo para placas de todos os tipos.

O benchmark do título já se mostra desafiador até mesmo para placas avançadas (que muitas vezes não alcançam o patamar dos 60 frames por segundo). A ASUS GTX 950 não é uma placa desse nível, por isso deixa bastante a desejar, marcando média de 21 fps.

A mínima ficou perto de 6 fps e a máxima foi de 176 fps, mas desconsideramos esses valores, uma vez que eles destoam do restante do gráfico. As taxas normalmente ficaram entre 15 e 25 fps, o que indica que a GTX 950 analisada não é adequada para rodar o jogo nesta configuração. Recomendamos nível intermediário e sem filtros.

Middle Earth: Shadow of Mordor

Um dos jogos de maior sucesso dos últimos tempos é também um ótimo título para teste de poder gráfico. Baseado na série "Senhor dos Anéis", ele conta com uma grande quantidade de elementos em cenário e pode representar um bom desafio em alguns momentos para os processadores gráficos.

Conforme podemos ver nos resultados, a ASUS GTX 950 se saiu bem no teste, entregando performance aceitável para curtir o jogo em Full HD e com qualidade visual impressionante.

A média de 40 fps é interessante, mas a placa não consegue passar de 60 fps em cenas mais leves e pode ser prejudicada em ocasiões em que há muitos elementos em tela — quando marcou mínimas próximas de 20 fps. Novamente, fazer alguns ajustes de qualidade pode garantir um desempenho mais consistente.

Rise of the Tomb Raider

Aproveitando a chegada do novo jogo da franquia Tomb Raider, nós resolvemos adotar o título como um teste-padrão para nossas análises, já que ele conta com visuais estonteantes e já utiliza o DirectX 12.

Os resultados mostram que a ASUS GTX 950 não é adequada para rodar este jogo em qualidade máxima. Aliás, a média de 13 frames por segundo prova que ela não tem como suportar os filtros e tantos recursos visuais. Nossa recomendação é diminuir os gráficos para o mínimo e desativar os filtros.

Benchmarks

Os testes práticos (com jogos) mostraram que esta ASUS GTX 950 pode dar conta dos principais jogos quando configurada adequadamente. Contudo, como de praxe, para comprovar o real poder da placa, nós rodamos benchmarks sintéticos, que visam identificar a performance absoluta do chip gráfico.

3DMark

Temperatura

Medimos a temperatura em duas situações: no modo ocioso (quando a placa está em descanso, situação comum no cotidiano para o uso do sistema) e no modo jogo (quando executamos o 3DMark para chegar ao limite do componente).

As temperaturas apresentadas pela ASUS GTX 950 mostram que a refrigeração do produto é bem adequada. Em modo ocioso, ela mantém valores muito próximos dos 40 graus Celsius, o que está dentro da normalidade. Já no modo jogo, a placa obteve média próxima dos 70 graus, o que significa que ela opera tranquilamente sem esquentar muito.

Vale a pena?

A ASUS GTX 950 provou ser uma placa de vídeo adequada para gamers que pretendem curtir os títulos mais recentes, ainda que para isso seja preciso realizar alguns ajustes nas configurações.

Esta placa se destaca pelo tamanho reduzido, bem como pela ausência do conector de energia, sendo um produto que trabalha com temperaturas adequadas e consome pouca energia.

Ela apresenta performance similar à de modelos equipados com o chip gráfico GTX 950, mas, ao contrário de opções que trazem sistema de energia adicional e overclocking, esta ASUS não deve entregar performance absurda. Ela cumpre o que promete, o que está de acordo com o que esperávamos do produto.

A ASUS GTX 950 é um modelo um tanto raro no Brasil, sendo difícil encontrá-la nas principais lojas, uma vez que as empresas dão preferência para o modelo Strix. Quando disponível, esta placa tem valores próximos de R$ 800, o que talvez não seja tão interessante, uma vez que há modelos mais poderosos por cerca de 50 reais a mais.

Certamente, a ASUS GTX 950 é uma boa placa de vídeo, mas acreditamos que o investimento seja mais inteligente quando o preço estiver mais baixo, já que por ora ela não oferece uma relação custo-benefício tão interessante. De qualquer jeito, a ASUS está de parabéns pelo ótimo trabalho no projeto e na execução desta placa.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.