Por que ainda não encontramos extraterrestres? A Ciência explica (ou tenta)

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Imagem: Space.com

Uma das maiores dúvidas de especialistas e amantes da ciência está na existência ou não de vida fora da Terra. Afinal, estamos sozinhos ou há pequenas criaturas esverdeadas (ou acinzentadas, ou com um capacete em forma de vassoura na cabeça... vai saber) nos observando e apenas esperando o momento certo para fazer contato?

Tudo bem que a humanidade ainda é bastante nova se comparada com a “idade” do planeta Terra, mas será que nenhuma outra civilização quer bater um papo com nossos representantes? Vale lembrar que Carl Sagan faz o paralelo de que o ser humano teria surgido nos últimos segundos do 31 de dezembro da história do universo, se ele fosse medido como um calendário de janeiro a dezembro. Ou seja, ainda somos insignificantes se comparados com todo o desenvolvimento do Cosmos, e muita coisa pode acontecer.

Porém, não faltam teorias, hipóteses e possibilidades que tentem explicar a ausência de contato até agora. A seguir, conheça algumas delas e escolha uma para continuar acreditando.

O Paradoxo de Fermi

Em 1950, o físico italiano Enrico Fermi se questionou sobre uma angústia da nossa espécie: se o Universo é tão vasto e pode ser formado por raças e civilizações tão sofisticadas, por que nos sentimos tão sozinhos na galáxia, e não em um episódio de "Star Trek"? Ele não citou a série, que não existia na época, mas você entendeu a ideia.

Este vídeo (ative as legendas!) explica o que o paradoxo discute: mesmo com tantas probabilidades de existência de planetas habitáveis ao redor do espaço, pode ser que nenhuma outra forma tenha passado pelos "filtros" de desenvolvimento, deixando a humanidade sozinha na microscópica Terra.

Eles simplesmente não querem

Sabe a Lei de Moore, que fala no crescimento de circuitos de semicondutores? Podemos expandi-la para toda a nossa sociedade. De acordo com a Teoria das Mudanças Aceleradas, de Ray Kurzwell, a civilização humana passa por alterações tecnológicas, e até sociais, cada vez mais radicais, indicando que evoluções mais incríveis nos esperam no futuro e explicando o motivo de termos levado tão "pouco tempo" para passar do primeiro automóvel para aeronaves supersônicas, por exemplo, sendo que precisamos de períodos inteiros para dominar técnicas como o uso do fogo e a escrita.

Eles se interessam tanto assim por nós? Ou nós damos importância demais a eles?

Isso significa que civilizações avançadas de extraterrestres podem já ter passado por vários ciclos de mudanças aceleradas e estar tão desenvolvidas que: 1) elas já nos observam esse tempo todo de longe e sem percebermos; ou 2) simplesmente não estão interessadas em interagir com uma civilização tão atrasada e que pouco tem a oferecer.

Nós não conseguimos sair daqui

Se os alienígenas não vêm até nós, por que nós não vamos até eles? Acontece que a distância é imensa — e não estamos nem perto de sermos capazes de ir rápido o suficiente para locais mais isolados da galáxia.

Com 13 bilhões de anos, a Via-Láctea tem 400 bilhões de estrelas, 20 bilhões parecidas com o nosso Sol, ou seja, com a possibilidade de ter em sua órbita um planeta como o nosso. Porém, como bem explicou o canal Nerdologia no YouTube, temos dificuldades em sair da nossa própria vizinhança. A estrela mais perto daqui, a Proxima Centauri, fica a 4,24 anos-luz. Viajando na velocidade da luz, levaríamos 4,24 anos para chegar lá — sendo que o objeto de deslocamento espacial mais rápido que fizemos até então, a Voyager 1, levaria 80 mil anos para fazer esse trajeto. Ou seja, se os aliens estão mesmo nos esperando, é bom que eles esperem sentados.

Eles existem... mas já morreram

Baseada no Paradoxo de Fermi, a recente teoria de pesquisadores do Australian National University tem uma boa e uma má notícia. A boa é que, sim, é possível que traços de organismos vivos tenham existido até mesmo em outros planetas do Sistema Solar. A má? Todos pereceram antes de serem visitados pelos seres humanos.

De acordo com a teoria, se a vida chegou a existir, isso já aconteceu há algum tempo, talvez até quando os demais planetas ainda estivessem em processo de formação. O problema envolve até mudanças climáticas: os seres microscópicos que iniciaram a vida na Terra ajudaram a ajustar a temperatura no planeta, regulando até os gases a partir de água e dióxido de carbono. Por conta do trabalho deles, a evolução teria sido facilitada, já que seres mais complexos foram encontrando um ambiente propício para o desenvolvimento. Marte e Vênus, por exemplo, talvez não tenham tido a mesma sorte.

“O mistério de por que não achamos ainda sinal de aliens pode ter a ver menos com a possibilidade da origem da vida ou inteligência e mais com a raridade da emergência veloz da regulação biológica em ciclos na superfície de planetas”, disse o autor Aditya Chopra.

Os sinais não foram captados

A primeira visita não precisa ser necessariamente presencial. Por isso, existem iniciativas e teorias a respeito de sinais de rádio que teriam mensagens de boas-vindas ou mesmo um “Alô?” de vizinhos planetários. Os programas do instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) usa telescópios de rádio e outros equipamentos para buscar mensagens. Resultado dessas pesquisas iniciais, o Alien Telescope Array, inaugurado em 2007, é um equipamento colossal financiado por Paul Allen, cofundador da Microsoft.

E tem outra: precisamos reconhecer os sinais quando eles surgirem. Segundo o cosmologista Lord Rees, “eles podem estar nos encarando e nós simplesmente não reconhecemos”. Isso significa que procuramos por algo cinza e de cabeça grande todo esse tempo, mas as formas extraterrestres podem “ser vida e inteligência lá fora em formas que não podemos conceber”.

E se estivermos mesmo sozinhos?

Contrariando todas as possibilidades acima, existe também a possibilidade de o Paradoxo de Fermi ser explicado com uma simples resposta: a Hipótese da Terra Rara (nos sentimos sozinhos no Universo porque estamos sozinhos no Universo).

Vários cientistas defendem a ideia de que o desenvolvimento pleno e variado da vida na Terra foi uma “loteria” espacial. Assim, para que chegássemos ao estado em que estamos hoje, foi necessária uma combinação aleatória e talvez até improvável de eventos, acontecimentos e circunstâncias astrofísicas, geológicas e evolutivas. Estaríamos em uma zona da galáxia própria, com um planeta do tamanho certo, com condições climáticas ideais e uma composição química de oceanos e da atmosfera "conspirando" para o desenvolvimento de espécies. Outros planetas não tiveram a mesma sorte pelos mais diversos motivos, deixando a Terra como a única sortuda em toda a imensidão do Universo. Será?

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