Afinal, o aplicativo de comunicação que você usa é realmente seguro?

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Pensando na privacidade dos usuários, o site da Anistia Internacional resolveu ranquear os mais populares aplicativos de comunicação de acordo com o grau de segurança que eles fornecem. Como quesito principal para analisar o funcionamento desses apps, foi usada a criptografia de ponta-a-ponta, conhecida também pelo termo em inglês: end-to-end encryption (E2EE).

Esse sistema de comunicação indica que apenas os usuários nos dois lados da conversa podem ver as mensagens e ninguém mais, nem mesmo a empresa fornecedora do serviço de comunicação. Isso indica que é impossível que seu bate-papo seja visualizado por operadoras de telecomunicações ou provedores de internet. Isso é feito para garantir que ninguém decifre os dados trocados entre os usuários dos serviços de chat online.

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Quais são os mais seguros?

Do total, onze empresas que fornecem serviços de comunicação foram listadas e receberam notas de zero a 100 de acordo com sua capacidade de manter a privacidade de seus usuários. Primeiramente, os apps foram divididos em três grupos: os que possuem criptografia de ponta-a-ponta como padrão; os que possuem, mas que precisa ser configurada para funcionar e os que não fazem uso desse recurso.

Dos mais populares, o Skype, o Snapchat, o Hangouts, o WeChat, o QQ Messenger e o Messenger da Blackberry não trabalham com criptografia de ponta-a-ponta e, portanto, ficam por último na lista. Daqueles que possuem o recurso, mas não como padrão, estão o Messenger do Facebook, o Allo da Google, o Telegram e o Kakao Talk. Nas primeiras posições, você vai encontrar o WhatsApp, o iMessage e o Facetime da Apple, o Google Duo, o Line e o Viber.

Confira a seguir todas as 11 empresas listadas do pior para o melhor, suas notas e o motivo de terem recebido tal pontuação:

11) Tencent

Nota: 0 (zero)

A Tencent figura na pior das posições com uma bela nota zero por dois motivos principais: não possuem nenhum aplicativo com criptografia de ponta-a-ponta e é a única companhia que em nenhum momento garantiu não permitir o acesso do governo às mensagens trocadas por seus serviços. Mesmo assim, a Tencent é a dona dos dois apps de comunicação mais populares da China: o WeChat e o QQ Messenger.

10) Blackberry

Nota: 20

O advento dos smartphones matou a Blackberry, mas sabe-se que o Messenger da marca ainda possui cerca de 100 milhões de usuários. Sua versão comum, usada pela absoluta maioria, não oferece criptografia de ponta-a-ponta, apenas uma edição paga do app. E para ajudar, a empresa deve estar ocupada demais para dar qualquer declaração pública sobre a transparência do serviço que fornece.

09) Snapchat

Nota: 26

O Snapchat pode ser superdivertido e interessante, mas não é nada seguro. Utilizado por mais de 100 milhões de pessoas todos os dias, o app não possui criptografia de ponta-a-ponta e, pior, passa a falsa sensação de segurança por utilizar mensagens temporárias, que desaparecem com o tempo. Seja como for, é muita conversa e pouca prática: fala-se muito em políticas de privacidade, mas na hora H, o aplicativo não oferece nenhuma segurança para o usuário.

08) Microsoft

Nota: 40

Apesar da Microsoft sempre se posicionar a favor dos direitos humanos, seu aplicativo Skype, com mais de 300 milhões de usuários, responsável por comunicações através de vídeo e conversas faladas, usa uma forma fraquíssima de criptografia e é alvo da vigilância governamental no mundo todo.

07) Kakao

Nota: 40

O aplicativo Kakao Talk foi criado pela empresa sul-coreana Kakao e possui quase 50 milhões de usuários. Não é por isso que seus desenvolvedores deixaram de, supostamente, permitir que o governo acessasse uma série de informações sobre seus usuários. Apesar de declaradamente ter melhorado o sistema de privacidade do app, ele ainda não funciona com criptografia de ponta-a-ponta.

06) Viber Media

Nota: 47

O Viber é um aplicativo que possui cerca de 250 milhões de usuários diários e mais de 700 milhões de registros. Sua popularidade deveu-se, entre muitas outras coisas, ao seu suposto sistema de segurança avançado com criptografia de ponta-a-ponta. Porém, na prática, a empresa nunca esclareceu como sua privacidade funciona, nem publicou um relatório de transparência. Muito suspeito...

05) Line

Nota: 47

Com mais de 200 milhões de usuários ativos, o serviço de comunicação online popular no Japão, Indonésia, Tailândia e Taiwan trabalha com criptografia de ponta-a-ponta, mas não possui um relatório de transparência, nem informa seus usuários sobre possíveis riscos de privacidade no uso do aplicativo.

04) Google

Nota: 53

Com três aplicativos na lista, a Google possui um sem criptografia de ponta-a-ponta (Hangouts), um que tem o recurso como padrão (Duo) e um que você pode configurar (Allo). Apesar disso, a empresa se coloca contra backdoors de criptografia, o que poderia permitir que governos tivessem acessos a informações privadas desses aplicativos.

03) Telegram

Nota: 67

O Telegram ganhou uma popularidade absurda no Brasil com os recentes bloqueios do WhatsApp feitos pela justiça. Usando sua segurança como carro-chefe, o app chegou a 100 milhões de usuários, mas não usa criptografia de ponta-a-ponta como padrão e não avisa aos usuários quando estão usando um sistema de proteção mais fraco.

02) Apple

Nota: 67

O iMessage e o Facetime possuem criptografia de ponta-a-ponta como padrão e a Apple possui uma opinião forte contra backdoors e o fornecimento de informações para organizações governamentais. A falha da empresa está na falta de informação para o usuário que sua proteção cai quando mensagens são trocadas com dispositivos de outras marcas.

01) Facebook

Nota: 73

Dono de nada menos que o WhatsApp e o Messenger, o Facebook possui somados cerca de 2 bilhões de usuários nesses aplicativos. Figurando na primeira posição da lista, a empresa usa criptografia de ponta-a-ponta como padrão no WhatsApp, que avisa o usuário caso esse recurso não estiver funcionando. O Messenger não o possui como padrão, mas ele pode ser ativado pelo usuário.

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