Google Goggles: descubra o mundo pelos olhos da Google

4 min de leitura
Imagem de: Google Goggles: descubra o mundo pelos olhos da Google

A busca por informação na internet é – sem dúvida alguma – o principal negócio da Google. A empresa surgiu como um competidor a serviços como o Yahoo!, Cadê? e Altavista, e ganhou espaço graças às inovações de sua tecnologia.

Mas no mundo atual não é possível sentar sobre o já conquistado, e a Google expandiu seus negócios para a publicidade online, métricas, email, redes sociais e uma infinidade de outros serviços. Lançou até mesmo o seu sistema operacional para dispositivos móveis, o Android.

Para os smartphones que rodam o Android, a empresa decidiu recentemente também oferecer uma nova modalidade de busca online. Através do Google Goggles  – uma brincadeira com o nome da instituição e o termo em inglês para óculos de natação –, Mountain View oferece a chance de encontrar qualquer coisa através de imagens.

Olhando ao redorGoogle GogglesA ideia é relativamente simples de entender, mas difícil de fazer funcionar: O usuário fotografa algo – lugares, textos, marcas etc – e envia para a Google através do aplicativo encontrado no Android Market .

Essa imagem enviada é então processada pelos servidores da empresa, que analisam cores, contornos e texturas do que está no arquivo. Essa análise permite que com relativa rapidez –  dependendo da sua conexão móvel – você receba informação detalhada sobre o tema da sua busca.

Com o Google Goggles, não é mais necessário falar ou digitar para realizar uma busca. Segundo os engenheiros de Mountain View, como você conferiu no vídeo acima, nem mesmo fotografar é necessário. Aliado ao GPS de seu telefone, o Google Goggles reconhece locais e pode fornecer informações detalhadas sobre restaurantes, lojas e locais diversos, tudo isso em tempo real.

Ver para crerResultados da busca por Curitiba a partir do adesivo existente na  lateral dos ônibus

O Baixaki resolveu botar à prova uma parcela da tecnologia usada no Google Goggles. Para isso, depois de instalar o aplicativo em um aparelho com Android com a mais recente versão – 2.1 – do sistema, saiu às ruas para descobrir se a busca por imagens realmente funciona.

O primeiro teste foi relativamente simples: descobrir os resultados de uma busca a partir de uma marca da cidade de Curitiba – sede da NZN, empresa dona do Baixaki: os ônibus biarticulados, que apresentam um brasão e o nome da cidade em suas laterais.

Após processar essa imagem, os resultados da busca foram surpreendentes. Além de relacionar o adesivo dos ônibus com o brasão oficial da cidade, os primeiros links apresentados foram do artigo da Wikipedia a respeito de Curitiba, um guia de viagens sobre a capital paranaense e um estudo estrangeiro sobre a experiência urbanística da cidade sorriso.

Para garantir

Tentando confirmar a eficácia do sistema, um novo teste foi realizado. A ideia foi fotografar duas vezes a mesma imagem, com pequenas diferenças de enquadramento e foco, para comparar os resultados de cada busca.

Fotografando para fazer a busca

Como esse teste foi feito dentro do escritório, optou-se por fotografar a tela do monitor – aumentando um pouco mais a dificuldade da análise do Google Goggles – mostrando a logo do Baixaki, como você viu no início do artigo. Pelas imagens a seguir, dá para perceber que ainda existem falhas na análise da foto, gerando resultados muito estranhos para uma busca relativamente simples. Não é mesmo?

Busca com resultados sem relação com a imagem          Busca com resultados pertinentes à imagem

A grande surpresa, entretanto, foi que em um dos testes o sistema confirmou que “Baixaki” era texto, converteu-o e inclusive se ofereceu para traduzi-lo! Então mesmo apresentando problemas, a tecnologia acerta.

O mesmo aconteceu com a análise de uma marca famosa. Apesar de não acertar em cheio, os resultados sugeridos foram próximos o suficiente para indicar que a ferramenta está no caminho certo.

Fotoleitura

Quando apresentou o serviço – que ainda está em fase de testes -, a Google disse que sua capacidade de reconhecimento de texto – OCR (Optical character recognition – reconhecimento ótico de caracteres) era ímpar e extremamente eficiente. Com isso, os serviços de tradução de textos já usados em desktops e notebooks também estariam ao alcance dos usuários do Android.

De fato é possível mandar textos para a análise do Google Goggles mas, pelo menos no teste – intencionalmente dificultado ao fotografar texto em tela, e não impresso – realizado pelo Baixaki, percebe-se que o caminho para essa ferramenta é ainda mais longo e tortuoso que o de busca por imagens.

Busca por texto          Texto transcrito erroneamente pelo Google Goggles

Para ver o desempenho do OCR da Google foi apresentado um belo desafio. Uma versão inicial deste artigo que você está lendo foi fotografada ainda no editor de textos. As características da tela de LCD dificultam bastante o reconhecimento de caracteres, mas não a ponto de justificar o sumiço de palavras inteiras como ocorreu na transcrição do Goggles.

Nem o nome da empresa desenvolvedora o Goggles reconheceu corretamenteExistia a esperança de testar também o serviço de tradução e conferir se o resultado na plataforma móvel seria tão bom quanto o obtido através de navegadores normais, porém com a falha gritante – já que em determinado momento nem mesmo o nome Google é transcrito corretamente – do reconhecimento de texto, o teste de tradução foi adiado.

Outros olhosSabe-se que a Google tem o costume de liberar alguns serviços para teste ainda em estágios muito iniciais. Foi assim com o Wave e o Buzz, e igualmente será com várias outras ferramentas que ainda surgirão dos laboratórios e salas de Mountain View. Inclusive, foi o que aconteceu com o Goggles.

O aplicativo funciona relativamente bem, especialmente pensando em textos simples e curtos – sem grandes pretensões literárias – ou em imagens de fácil reconhecimento, como monumentos e marcas famosas. Felizmente, para a grande maioria dos usuários isso é mais do que suficiente.

O Goggles processando uma imagem

Ainda existe muito a melhorar, mas com um pouco de cuidado na hora da captura de uma imagem, e um tanto de perseverança em realizar a busca uma segunda – ou até terceira – vez, a chance de encontrar exatamente o que se procura aumenta consideravelmente.

Com o desenvolvimento da tecnologia e a melhora nas capacidades de transmissão de dados via rede celular, a probabilidade de você nunca mais buscar algo digitando em um campo de buscas aumenta, e provavelmente você deseja que isso aconteça logo, certo?

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.