6 especificações de tela usadas pra confundir o consumidor

5 min de leitura
Imagem de: 6 especificações de tela usadas pra confundir o consumidor

(Fonte da imagem: Divulgação/Sony)

Foi-se o tempo em que bastava consultar o tamanho de uma tela e sua resolução para verificar sua qualidade real. Atualmente, dispositivos como tablets, smartphones e televisores vêm acompanhados por displays cujas especificações são exibidas de forma extremamente detalhada, com direito a exibição de siglas misteriosas que chamam a atenção de que as vê.

Infelizmente, muitos dos dados disponíveis se mostram bastante enganosos, atuando somente como ferramentas de marketing para vender aparelhos que nem sempre possuem a qualidade prometida. Para evitar esse tipo de confusão, o Tecmundo preparou um artigo com alguns itens que você deve levar em conta na hora de analisar o display de um novo dispositivo.

Tamanho da tela

Esse quesito parece bastante simples de entender: ao medir o tamanho da diagonal de um display, é possível obter a quantidade de polegadas que ele possui. Porém, o que deve ser levado em conta na hora de adquirir um aparelho é a área total de sua tela, algo que pode variar bastante dependendo da relação de aspecto adotada por cada dispositivo.

(Fonte da imagem: Reprodução/SlashGear)

Para fazer uma comparação entre o tamanho real da área de dois dispositivos, basta usar a quantidade de polegadas da tela de cada um ao quadrado. Com isso, fica fácil perceber que um gadget de 7 polegadas (49) possui aproximadamente um display com menos da metade da área de um de 10 polegadas (100). Embora os números obtidos não sejam exatamente precisos, eles servem bem para fazer comparações em situações cotidianas.

A área também depende da relação de aspecto adotada pelas fabricantes, pois quanto menor esse número, maior será a quantidade de elementos que podem ser vistos. Um dispositivo de 10 polegadas com aspecto 4:3, por exemplo, possui uma tela 12% maior do que um aparelho com tamanho semelhante que incorpora o aspecto 16:9.

Pixels por polegada (PPI)

Com o lançamento do Retina Display da Apple, a quantidade de pixels por polegada passou a ser um dos quesitos mais destacados pelas fabricantes. Embora seja verdade que quanto mais elevado o PPI de uma tela maior será sua qualidade, é preciso levar em consideração a distância que um aparelho fica dos olhos de uma pessoa na hora antes de dar prioridade a essa informação.

(Fonte da imagem: Reprodução/Apple)

Um iPhone 4S, por exemplo, possui tela de 326 PPI, que vista de perto é realmente impressionante. Porém, tablets e laptops só precisam de 215 PPI para que um efeito semelhante seja percebido pelos usuários — algo recorrente do fato de que aparelhos do tipo normalmente são deixados a distâncias maiores dos olhos de seus usuários.

Por isso, antes de investir em um novo dispositivo, vale a pena levar em conta suas características próprias para verificar se a quantidade de PPI oferecida realmente vai fazer a diferença. Para obter mais detalhes sobre essa característica, confira o artigo do site Display Mate que explica por que muitas das HDTVs disponíveis no mercado também podem ser consideradas verdadeiras Retina Displays.

Gama de cores

A gama de cores de um produto corresponde à quantidade de cores totais que sua tela é capaz de reproduzir. Porém, se engana quem acredita que, quanto maior esse número, melhor vai ser a qualidade das imagens exibidas.

(Fonte da imagem: Reprodução/Eizo)

Caso você deseje ver a real qualidade de uma imagem ou vídeo, é preciso que o aparelho adquirido seja capaz de reproduzir corretamente o padrão sRGB/Rec.709 seguido pela indústria produtora de conteúdos. Caso um display tenha uma gama de cores muito grande, a tendência é que os tons exibidos por ele apareçam de forma exagerada e distorcida — por outro lado, uma gama de cores menor pode resultar em colorações apagadas.

Na prática, a maioria dos televisores LCD possui uma gama menor de cores do que aquela definida pelo padrão sRGB/Rec. 709, enquanto os dispositivos OLED produzem uma quantidade maior. Em geral, é mais agradável ao olho humano visualizar imagens que possuem uma gama menor de tons, já que elas apresentam contornos mais suaves.

LED

Quem acredita que comprou um televisor ou smartphone com display LED na verdade  adquiriu um produto com uma tela LCD convencional, já que painéis construídos com base nessa tecnologia só são usados em grandes outdoors comerciais. Quando se trata de outros produtos, a sigla na verdade se refere à maneira como a iluminação de um dispositivo é feita — algo que dificilmente é especificado pelas fabricantes na hora de vender algum aparelho.

Tempo de resposta

Ao comprar alguns dos televisores LCD disponíveis no mercado, muitas vezes surgem imagens borradas quando um vídeo é exibido através de suas telas. Isso acontece porque o cristal líquido dos aparelhos não consegue responder adequadamente à quantidade de quadros por segundo do conteúdo exibido, causando o efeito desconfortável.

(Fonte da imagem: Divulgação/LG)

Em um mundo ideal, o tempo de resposta de todos os aparelhos disponíveis no mercado seria inferior a 17 milissegundos (ms), porém isso não é exatamente o que acontece. Embora fabricantes afirmem que seus produtos possuem tempos de resposta de 8 ms, 4 ms ou até mesmo 1 ms, isso não corresponde exatamente à realidade.

Testes realizados pelo site Display Mate mostram que a maioria dos dispositivos vendidos atualmente no mercado apresentam um tempo de resposta superior a 30 ms, mesmo suas especificações digam o contrário. No final das contas, esse valor acaba servindo mais como uma ferramenta de marketing por parte das companhias do que algo que realmente corresponde às características reais dos produtos disponíveis nas lojas.

Ângulo de visualização superior a 170°

Quando você lê que uma tela oferece um ângulo de visualização de 170°, a impressão que fica é a de que qualquer observador que respeite esse limite vai ser capaz de ver imagens com qualidade cristalina. Porém, na prática isso simplesmente significa que, ultrapassando esse valor, a relação de contraste do aparelho fica abaixo de 10, valor considerado insignificante.

Essa especificação é bastante enganadora, já que as fabricantes nunca deixam claro que, a não ser que você esteja vendo conteúdos a partir de um ponto em específico (geralmente localizado em frente ao aparelho), haverá uma queda de qualidade na experiência obtida. Para comprovar isso, faça o teste: deixe uma imagem estática em destaque em seu dispositivo e perceba como ela muda conforme você altera o seu ponto de vista.

Fontes: Gizmodo, Display Mate (1,2)

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.