Impressionantes armas de guerra feitas em casa

4 min de leitura
Imagem de: Impressionantes armas de guerra feitas em casa

Longe de ter um design futurista ou fabricação em massa, algumas armas poderosas são feitas no quintal de gente que nem eu e você. Parece difícil de acreditar, mas algumas pessoas conseguem montar réplicas de modelos utilizados por exércitos ou objetos completamente originais, tudo a partir de muita criatividade.

Normalmente, o resultado não é algo high-tech, mas um modelo bastante improvisado. São “gambiarras” feitas a partir de materiais simples, mas que resultam em máquinas que podem causar muitos estragos.

Conheça abaixo alguns exemplos de armas caseiras que podem ser mortais, funcionam tão bem quanto modelos originais e servem não só como um hobby, mas como parte importante de guerras e revoluções.

Faltou orçamento

Quando o dinheiro aperta, qualquer material serve como arma. (Fonte da imagem: Brian Denton / The New York Times)

Recentemente, a Líbia passou uma revolução: um numeroso grupo rebelde entrou em guerra civil contra o ditador local e tomou o poder do país. O feito é ainda mais impressionante quando conferimos o equipamento utilizado pelos soldados da oposição, que não tinham recursos ou material bélico de ponta para combater as tropas pró-governo.

O lançador de foguetes acima é um bom exemplo: em vez de uma base fixa confiável, os rebeldes utilizaram um simples cano com pedaços de ferro já bastante gasto. Não há um sistema de mira ou dispositivo de segurança – mas o estrago feito pela arma é igualmente devastador.

Artilharia desproporcional

(Fonte da imagem: Daily Mail)

O improviso é uma característica essencial na hora de construir armas de combate produzidas em casa. Um avião de guerra caiu e o lançador de foguetes dele não pode ser mais usado? A solução encontrada pelos revolucionários líbios foi simples: acoplar a arma em caminhonetes e atirar normalmente com o equipamento, que é quase do tamanho do próprio veículo.

O mesmo acontece com algumas metralhadoras, utilizadas em aviões leves normalmente para abater outros veículos que estejam no ar. A maioria dos equipamentos é do exército, coletados de aeronaves destruídas ou tropas capturadas. Se o gatilho estiver danificado, é só substituir por outro mecanismo, como um freio de bicicleta. Agora tente imaginar o dano causado por esses foguetes em uma distância curta e contra soldados em terra firme.

A celebridade

Você com certeza já viu um desses em filmes ou jogos. (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)

A AK-47 é uma das armas mais potentes da atualidade, levando em conta a facilidade na montagem, resistência, leveza, potência e preço. E, por incrível que pareça, ela também entra na lista. O modelo não nasceu exatamente em uma casa, mas em um hospital.

O sargento russo Mikhail Kalashnikov se recuperava de ferimentos de guerra em 1942 quando começou a desenhar alguns protótipos para um rifle, já que sobrava tempo livre e os soldados locais pediam uma arma capaz de derrotar os alemães. Ele entrou com seu projeto em um concurso de design de armamentos e conseguiu a aprovação do governo de Stalin para produzir e testar protótipos.

O rifle final é uma colcha de retalhos de vários armamentos existentes na época, como o M1 Garand e o alemão StG 44. Mesmo assim, a AK-47 ganhou a confiança do exército russo, que a adotou a partir de 1949, e de organizações criminosas espalhadas pelo mundo, de Osama Bin Laden a traficantes de drogas no Brasil.

Brinquedo de gente grande

(Fonte da imagem: Reprodução / Al Jazeera)

Não, não é um truque de câmera: a imagem acima mostra outra invenção dos rebeldes líbios, feita por engenheiros que automaticamente viraram designers de armamentos ao juntarem-se à guerra civil. O modelo acima é um carrinho de controle remoto (daqueles que você comanda por diversão) ligado por cabos longos a uma câmera e uma metralhadora.

Será que funciona?

Você teria coragem de usar uma dessas? (Fonte da imagem: English Russia)

Há alguns, a Chechênia é uma das regiões mais perigosas do mundo, já que vive em conflito com grupos de guerrilha que parecem não desistir. Assim como no caso da Líbia, eles não têm recursos e fazem réplicas ainda mais bizarras de armas de fogo tradicionais, como pistolas.

A polícia russa e o exército que combate os rebeldes já apreenderam uma série de materiais que simulam pistolas e fuzis. Analisando as fotos, é possível notar que elas contam com alguns ou todos os dispositivos de armas comuns e são feitas com pedaços de ferro e madeira, além de restos de modelos antigos.

Uma carcaça de pistola transformada em um fuzil. (Fonte da imagem: English Russia)

Não dá para ter certeza de que elas disparam normalmente ou se os tiros saem a uma pressão forte o bastante para ferir tanto quanto balas normais – mas ninguém arrisca ficar frente a frente com uma delas.

O coquetel mais pedido

O coquetel molotov é uma das armas caseiras mais comuns em conflitos. (Fonte da imagem: National Journal)

Outra figura conhecida e que pode ser confeccionada sem muitos problemas é o coquetel molotov, um artefato que pode ser considerado um “primo pobre” das granadas. Ele começou a ser usado na Guerra Civil Espanhola, no final da década de 1930, com o objetivo de causar pequenas explosões ou incêndios para danificar veículos e obrigar os soldados a abandonar carros e tanques.

Hoje em dia, praticamente qualquer grupo rebelde consegue produzir uma série de coquetéis molotov, já que eles são feitos a partir de um pano e uma garrafa cheia de uma substância inflamável, como gasolina ou querosene. As forças rebeldes da Líbia, por exemplo, também carregavam um arsenal próprio, feito a partir de simples vasilhas de refrigerante.

...

Em momentos de tensão e perigo como os conflitos armados, é impressionante a capacidade do ser humano em transformar o ambiente e inventar equipamentos com o mínimo de recursos possível. Mas fica aquela velha questão: não seria melhor usar essa criatividade e empenho com outros objetivos?

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.